As Leis de Mendel constituem a base da genética moderna e abordam aspectos relacionados à hereditariedade de características. Entre estas, a Lei da Distribuição Independente (ou Terceira Lei de Mendel) descreve a separação de genes durante a formação dos gametas, atribuindo a transmissão de diferentes características ao acaso.
As Leis de Mendel
Gregor Johann Mendel era um monge austríaco, com formação em botânica e meteorologia. Seus estudos com uma espécie comum de ervilha (Pisum sativum) lhe renderam o título de ‘Pai da Genética’, visto que suas observações levaram à criação dos três princípios fundamentais da hereditariedade. Assim, os experimentos realizados por Mendel permitiram compreender, pela primeira vez, como as características eram transmitidas de geração em geração, ou porque “pulavam” gerações (ex.: olhos azuis em avôs e netos), em uma época em que a unidade ‘gene’ ainda não havia sido descoberta.
A partir da fertilização de ervilhas por várias gerações, Mendel estabeleceu três leis. A primeira, conhecida também como a Lei da Pureza dos Gametas, defende que as características herdadas por um indivíduo são determinadas por um par de alelos transmitidos por seus progenitores (um alelo da mãe e um alelo do pai).
A segunda Lei de Mendel, também conhecida como a Lei da Segregação Independente, afirma que os alelos se separam em diferentes gametas durante a meiose, processo de divisão celular que produz número similar de ovócitos ou espermatozoides que contém cada alelo. De acordo com este princípio, o cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos (Aa x Aa, por exemplo), resultará em 75% de chance da prole apresentar características dominantes (AA ou Aa), em contraste à 25% de probabilidade de expressão de características recessivas (aa).
Terceira Lei de Mendel
A Terceira Lei de Mendel, ou Lei da Distribuição Independente, defende que duas ou mais características são transmitidas de forma independente ao novo indivíduo. Isto acontece porque alelos situados em uma região dos cromossomos homólogos (que denotam a característica A, por exemplo) são segregados de forma independente em relação aos alelos situados em outra região destes cromossomos (responsáveis por variações na característica B, por exemplo) durante a gametogênese.
Para facilitar a compreensão desta lei, vamos observar o exemplo a seguir. Suponha que desejemos compreender a transmissão da cor dos olhos e cabelos, as quais são expressas a partir de dois genes: o gene A atribui a cor dos olhos, e possui um alelo dominante (A) e outro recessivo (a), enquanto o gene B é responsável pela cor dos cabelos, e também apresenta alelos dominante (B) e recessivo (b). Para fins educativos, vamos supor também que A configura olhos castanhos e a olhos azuis; já B expressaria cabelos pretos e b cabelos ruivos. Se estes alelos permanecessem associados entre si durante a gametogênese, por exemplo AB e ab, observaríamos apenas indivíduos com duas características: olhos castanhos e cabelos pretos ou olhos azuis e cabelos ruivos, respectivamente.
Por outro lado, a segregação independente permite uma variação maior nas combinações, visto que os alelos dominantes e recessivos dos genes A e B podem ser alocados aleatoriamente nos gametas, resultando em combinações como Ab, AB, ab e aB: olhos castanhos e cabelos ruivos, olhos castanhos e cabelos pretos, olhos azuis e cabelos ruivos e olhos azuis e cabelos pretos, respectivamente.
Referências:
Scitable by Nature Education. Gregor Mendel and the Principles of Inheritance. Disponível em: https://www.nature.com/scitable/topicpage/gregor-mendel-and-the-principles-of-inheritance-593/
SOCIENTIFICA. Quais são as Leis de Mendel? Saiba tudo sobre elas. Disponível em: https://socientifica.com.br/quais-sao-as-leis-de-mendel-saiba-tudo-sobre-elas/