O tema "Ações de Combate à Fome" fixou-se na agenda internacional em tempos mais recentes se comparado a outros temas sociais voltados ao bem estar dos povos em todo o mundo. É após a Segunda Guerra Mundial, por meio dos debates nos fóruns internacionais, com destaque para os diálogos desenvolvidos no âmbito da ONU, que as nações foram adquirindo maior consciência e mobilizando-se na árdua tarefa do combate à fome.
De acordo com um levantamento da FAO (sigla em inglês para "Food and Agriculture Organization", agência especializada das Nações Unidas destinada a lidar com assuntos como este), apesar do número ainda grande de famintos, atualmente por volta de 1 bilhão de pessoas, pela primeira vez em quinze anos o número total de pessoas em situação de insegurança alimentar registrou queda de 10%. Outro dado positivo é que atualmente, as chamadas fronteiras da fome, ou seja, conjunto países com problemas crônicos de distribuição alimentar, vem diminuindo. Dois terços dos subnutridos do globo estão concentrados atualmente em sete países:
- Bangladesh
- China
- República Democrática do Congo
- Etiópia
- Índia
- Indonésia
- Paquistão.
Neste contexto, o Brasil está assumindo um papel cada vez mais importante em relação às ações de combate à fome, tanto em âmbito nacional como internacional. Além do famigerado programa governamental "Fome Zero", destinado ao atendimento das populações mais necessitadas dentro do território nacional, o país está envolvido na execução de programas como o CGFome (Coordenação Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome). Entre as atribuições contidas em tal programa merecem destaque:
- implementação da segurança alimentar e nutricional, proporcionando o direito à alimentação;
- desenvolvimento agrário, incluindo os temas da Reforma Agrária e agricultura familiar, indispensáveis à oferta plena de alimentos;
- pesca artesanal, aplicação concreta dos conceitos de desenvolvimento sustentável,
- assistência humanitária internacional.
Além da abordagem de tais temas, compõem a agenda do programa os diálogos no âmbito do Instituto Social Brasil-Argentina e do Fórum Social Mundial, além de conversações com membros da Sociedade Civil, destinados a elaborar ideias práticas para a resolução de questões alimentares, e ainda, com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Programa Mundial de Alimentos (PMA).
Mesmo considerando-se a diminuição dos índices da má distribuição alimentar, o crescimento econômico de várias áreas periféricas do mundo atingidas pela fome, bem como a relativa baixa de preços dos alimentos, a FAO entende que a fome é um problema estrutural, que requer, para sua solução, ações concentradas na resolução do problema.
Bibliografia:
Coordenação Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome - CGFome . Disponível emhttp://www.itamaraty.gov.br/o-ministerio/o-ministerio/cgfome-coordenacao-geral-de-acoes-internacionais-de-combate-a-fome. Acesso em 17/05/2011.
- KUPFER, José Paulo. Políticas afirmativas no combate à fome. Disponível em http://blogs.estadao.com.br/jpkupfer/politicas-afirmativas-no-combate-a-fome/. Acesso em 17/05/2011.