A República da Armênia (em armênio: Hayastani Hanrapetut'yun) é um país localizado ao sul do Cáucaso, sem saída para o mar, com uma área total de 29.743 km², um pouco menor que a Bélgica. Sua capital e principal cidade é Erevan, a moeda local é o Dram e o país tem fronteiras com Azerbaijão, Turquia, Irã e Geórgia. A Armênia localiza-se numa região etnogeográfica conhecida como Eurásia, que divide a Europa Oriental e Ásia Ocidental, e culturalmente o país é considerado parte integrante da Europa, a ponto de iniciar negociações em 2011 para tornar-se membro associado da União Europeia.
Apesar de uma independência bastante recente, conquistada em dezembro de 1991 com o colapso da União Soviética, a Armênia possui uma cultura milenar riquíssima, que surge por volta de 2492 a.C. O país dividia na antiguidade um conjunto de crenças com a Pérsia (Irã), que mais tarde dariam origem, naquele país, ao zoroastrismo. Em 301, o rei Tiridates III (238 - 314) decretou o cristianismo como religião do estado, tornando a Armênia a primeira nação a adotá-lo oficialmente, dez anos antes do Império Romano. O cristianismo desenvolvido pelos armênios levou à criação da Igreja Apostólica Armênia por volta do século IV, que é também um identificador de sua nacionalidade. O país alternou períodos de independência plena com outros de dominação estrangeira, e em razão desta história conturbada, muitos de seus habitantes optaram pela imigração, constituindo comunidades radicadas em diversos países, incluindo o Brasil.
Um dos episódios mais dramáticos da moderna história armênia é o chamado genocídio armênio, conhecido ainda como "grande crime", ocorrido entre 1915 e 1923, e que consistiu no extermínio sistemático dos cidadãos de origem armênia do então Império Otomano. Negado até hoje pelo governo turco, as ações de massacre, deportações e marchas forçadas provocaram a morte de cerca de 1 a 1,5 milhão de pessoas. Naquele momento, a Armênia estava prestes a conquistar uma curta independência após séculos, o que gerou um sentimento revanchista entre vários setores do governo turco, dando origem a uma perseguição étnica sistemática, cujas proporções são comparadas à política nazista de limpeza étnica na Segunda Guerra Mundial.
Entre 1918 e 1920, existiu a República Democrática da Armênia, reconhecida pelos turcos por meio do Tratado de Sèvres, e que logo seria anexada pela Rússia bolchevique, junto com Geórgia e Azerbaijão, formando a República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana. Esta república mais tarde acabou por ser dividida na repúblicas soviéticas de Geórgia, Armênia e Azerbaijão até a dissolução da União Soviética.
A independência, porém, não trouxe paz ao povo armênio, que desde a constituição da moderna república tem uma pendência importante com o vizinho Azerbaijão, a disputa em torno do enclave de Nagorno-Karabakh, que apesar de estar dentro do território azeri, tem população quase que toda de origem armênia, e que em meio ao conflito, acabou por constituir uma república independente, cujo reconhecimento internacional é quase nulo.
Bibliografia:
Armênia. Disponível em <http://www.portalbrasil.net/
APOVIAN, Charles.Genocídio Armênio. Disponível em <http://www.armenia.brasil.
ARMÊNIA - site da Comunidade Armênia do Brasil - Pari Yegadzek. Disponível em <http://www.armenia.com.br/>. Acesso em: 14 abr. 2012.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/armenia/