É chamada de biorregião uma forma diferenciada de divisão geográfica, cujos limites são estabelecidos por referenciais naturais, topográficos, sem considerar as divisões políticas. Segundo Berg (2006, p. 157),
O conceito de biorregião é extremamente útil para nos colocar de volta dentro da natureza, e não “acima” dela. Biorregião é um termo para descrever a geografia natural de onde se vive. Ela também identifica um lugar para realizar atividades apropriadas para a manutenção dessas características naturais.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, 2001, p.99, nota 28) é ainda mais abrangente: “Uma biorregião é uma área geográfica que contem um ou mais ecossistemas, e cujos limites são definidos pelos limites dos sistemas ecológicos e das comunidades humanas.” (tradução livre).
Como explica Callenbach (ano, p. 31),
Como os outros organismos, nós, seres humanos, adaptamo-nos aos recursos biológicos e a outras características das biorregiões. O modo de vida dos povos de sociedades existentes há muito tempo está intimamente relacionado a suas biorregiões; eles desenvolvem tecnologias, estruturas sociais, culturas populares e mitologias que os tornam capazes de sobreviver bem nesses ambientes.
Dessa forma, cada biorregião tem características peculiares como clima, vegetação, recursos hídricos, topografia, solo, fauna e comunidades humanas. Trata-se de uma unidade entre geografia e biologia (geo-biologia) distinta das demais, e relativamente auto-suficiente.
O conceito de biorregião é comumente utilizado para fins de gestão ambiental, por dar ênfase tanto a proteção da natureza quanto ao respeito a cultura das comunidades locais e nas suas interconexões. Está, portanto, diretamente relacionado aos conceitos de sustentabilidade e de ética ambiental.
Referências:
BERG, P. Como mapear a sua própria região. In: STONE, M.K.; BARLOW, Z. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix, 2006.
Callenbach, E. Ecologia: um guia de bolso. Peirópolis: São Paulo, 2001.
FAO. Situación de los bosques: la Evaluación de los recursos forestales mundiales, 2000