A Chapada Diamantina é uma região que se situa na porção central do estado da Bahia, no nordeste do Brasil, dentro do contexto geológico do Cráton do São Francisco, fazendo parte da extremidade setentrional de uma cadeia montanhosa, se estendendo desde o Sul de Minas Gerais, até ao Norte da Bahia. A região geográfica, na porção central do Estado da Bahia, ocupa uma área de cerca de 65.000 quilômetros quadrados, com rochas de natureza sedimentar e metassedimentar, agrupados nos grupos Rio dos Remédios, Paraguaçu, Chapada Diamantina e Una.
Abrangendo grande geodiversidade constituída por um conjunto de rochas sedimentares, localmente com baixo grau de metamorfismo, com idade Proterozoica. Sobre as rochas, elas desenvolveram relevos serranos, planaltos e sistemas cársticos, que hoje trazem importante meio econômico, por conta do turismo. Além disso, a geodiversidade possui informações importantes para a compreensão da evolução geológica do planeta Terra.
De acordo com Guimarães (2008, apud PEREIRA, 2010), a Chapada Diamantina, compreende os domínios Ocidental e Oriental separados por conjuntos lineamentos estruturais, conhecidos como Lineamento Barra do Mendes-João Correia, sendo no domínio ocidental, grande vulcanismo e dobras apertadas, enquanto no domínio oriental, as dobras são suaves e o magnetismo é restrito às intrusões básicas.
A Chapada Diamantina possui rochas essencialmente terrígenas, depositadas ao longo do tempo geológico de pelo menos 700 milhões de anos. Possui baixo grau metamórfico, preservando a forma excepcional das estruturas sedimentares, que se torna possível a dedução, com grande precisão os processos e ambientes da deposição original. As rochas presentes na Chapada são as rochas Arqueanas e Paleoproterozóicas, que ocorrem na porção sul. Na porção norte, essencialmente constituídos por quartzitos, rochas metavulcânicas acidas, xistos, metabasitos, metassedimentos químicos e gnaisses aluminosos.
A altitude média da Chapada Diamantina varia entre 320 metros ao longo do rio Paraguaçu, na bacia Uma-Utinga, até o máximo de 1.620 metros, na Serra do Sincorá. Na porção sudeste da região, o ponto culminante do nordeste brasileiro, o pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude, localizado na Área de Proteção Ambiental da Serra do Barbado.
Nascentes de rios que formam as principais bacias hidrográficas do Estado da Bahia estão localizadas na região, constituindo um importante divisor de águas do estado. Sendo assim, a oeste e norte, nascem os rios que integram a bacia do rio São Francisco, enquanto a face sul e leste, nascem rios que se dirigem ao Oceano Atlântico, integrando as Bacias do Leste brasileiro.
A superfície do topo da Chapada é limitada por escarpas. A superfície possui caimento suave para leste, por quase sua extensão por completo, com fraturas de até 400 metros de profundidade.
O Ciclo do Ouro na região da Capada Diamantina teve grande impacto, tendo começado no Estado da Bahia em 1701. O Ciclo do diamante na região da Chapada se iniciou com a descoberta do mineral em 1729, mas a Coroa Portuguesa tornou a extração ilegal. Apenas em 1832 essa medida foi revogada.
A Chapada Diamantina possui plano de geoconservação e a proposta de geoparques, que deverão contribuir para a conservação e valorização do patrimônio geológico da Chapada Diamantina, possuindo desenvolvimento sustentável e fortalecimento da identidade cultural regional.
Bibliografia:
PEREIRA, Ricardo Galeno Fraga de Araújo. 2010. "Geoconservação e desenvolvimento sustentável na Chapada Diamantina(Bahia - Brasil) ". Tese de doutorado em ciências, especialidade geologia. Disponível em https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/10879/1/Tese.pdf
Guimarães, J. T.; Santos, R. A & Melo, R. C. (orgs) -2008- Geologia da Chapada Diamantina Ocidental(Projeto Ibitiara-Rio de Contas). Série Arquivos Abertos no. 31. CBPM/CPRM, Salvador/BA - Brasil,64 p
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/chapada-diamantina/