Ciclone é toda região de baixa pressão atmosférica que converge correntes de ar para seu centro, o que resulta em ventos em grande velocidade se movimentando em turbilhão, normalmente no sentido horário quando no hemisfério Sul e sentido anti-horário no hemisfério Norte. Podem receber nomes específicos de acordo com suas características e origem como no caso dos ciclones extratropicais que estão normalmente associados às frentes frias.
Diante dessa definição, pode-se apreender que ciclone é um conceito amplo em que podem-se enquadrar diferentes fenômenos atmosféricos. Os ciclones podem ocorrer em área de latitudes mais baixas (próximas à linha do Equador) e também em latitudes mais elevadas de climas frio e temperados, entretanto são dois fenômenos cujos processos de formação são distintos, os quais são denominados ciclones tropicais e ciclones extratropicais.
Ciclone Tropical: sistema de baixa pressão de núcleo quente, que se desenvolve sobre águas tropicais e, às vezes, subtropicais. Possui circulação organizada ao redor de seu centro e diferencia-se dos ciclones extratropicais por ter um núcleo quente e seu centro bastante definido em sistemas mais intensos, conhecido como olho. Dependendo da intensidade dos ventos em superfície, o sistema pode ser classificado como distúrbio tropical, depressão tropical, tempestade tropical ou furacão. No Atlântico Ocidental e Pacífico Oriental recebe a denominação de furacão, e de tufão, no Pacífico Ocidental.
Ciclone Extratropical: sistema de área de baixa pressão atmosférica em seu centro ou ciclone de origem não tropical. Geralmente considerado como um ciclone migratório, geralmente associado a frentes frias, encontrado nas médias e altas latitudes. Também chamado tempestade extratropical.
Existem diferentes escalas para a classificação de ciclones. O Centro Nacional de Furacões do Estados Unidos utiliza, por exemplo, a Escala de furacões de Saffir-Simpson para ciclones tropicais. Nessa escala, os ciclones são classificados desde “tempestade tropical” com velocidade dos ventos de 51 km/h a 118 km/h e, podendo chegar à escala máxima, referente a um furacão de categoria 5, com ventos que superam 249 km/h.
De modo geral, os ciclones tropicais possuem potencial destrutivo superior em relação aos extratropicais. Os efeitos dos ciclones são sentidos ao longo do caminho por onde passam, principalmente em ilhas e regiões litorâneas, na medida em que os ciclones se aproximam e avançam no continente. Os principais impactos destrutivos incluem chuva torrencial, ventos extremamente fortes, grandes marés ciclônicas e até mesmo a ocorrência de tornados.
Ao adentrar em terra, os ciclones tropicais tendem a perder força, mas mesmo após sua passagem os efeitos ainda podem perdurar por dias, tendo em vista que as áreas afetadas podem permanecer alagadas, num cenário de água parada, lama, infraestrutura devastada, disseminação de doenças e falta de suprimentos.
O Caribe, América Central e parte da América do Norte são regiões onde é comum a ocorrência de ciclones tropicais. Um exemplo foi o Furacão Katrina, que em agosto de 2005 se formou nas Bahamas e evoluiu pelo Oceano Atlântico, onde alcançou a categoria 5 (escala Saffir-Simpson), até alcançar os Estados Unidos como um furacão de categoria 3, causando a morte de aproximadamente 1.800 pessoas e sendo um dos mais destrutivos que se tem registro.
No Brasil, são raras as ocorrências de ciclones tropicais. Entretanto, em março de 2004, os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram atingidos pelo Ciclone Catarina, de categoria 2 na escala de Saffir-Simpson.
Referencial Bibliográfico:
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