O clima de Sergipe é o Tropical Atlântico, dado pela localização do estado, situado entre os trópicos e muito próximo ao mar. Ao todo, quatro sistemas meteorológicos atuam sobre o território sergipano: Alísios de Sudeste, Frente Polar Atlântica (FPA), Sistema Equatorial Continental (SEC) e Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Junto a eles, fatores como a proximidade com o mar, a pouca influência morfológica e a continentalidade influenciam nas condições meteorológicas do estado.
Em virtude do tamanho de seu território, o clima de Sergipe é, basicamente, decorrente das interações com o oceano Atlântico e suas correntes. Por sua topografia simples, as alterações que ocorrem no estado se dão, essencialmente, pela umidade que advém do mar. Desta forma, as temperaturas pouco oscilam e, à medida em que há um maior distanciamento da faixa litorânea, as chuvas tornam-se mais escassas.
O período chuvoso de Sergipe ocorre entre os meses de abril e agosto, especialmente no mês de maio. Ainda assim, o deslocamento da ZCIT para norte pode provocar um momento de seca mesmo em um período chuvoso. Enquanto no Leste Sergipano, o índice pluviométrico supera a marca dos 1600 mm, no Sertão, a precipitação anual é inferior a 800mm, podendo chegar a índices menores que 500mm.
Assim, Sergipe pode ser dividido em três zonas climáticas: Litoral (úmido), Agreste (sub-úmido) e Semiárido. A primeira é marcada pela presença de chuvas, mas suscetível a períodos secos. A segunda atua como uma zona de transição semiárida. Já a última caracteriza-se pela abundante falta de recursos hídricos.
O Litoral é a área com a maior distribuição pluviométrica do estado, não obstante sofra efeitos da estiagem, principalmente entre os meses de dezembro e fevereiro. Nesta porção do território, os maiores índices de chuva são registrados entre o outono e o inverno, período em que a precipitação média anual ultrapassa os 1600 mm.
No Agreste, o período de seca é um pouco maior do que o registrado no Litoral – a estiagem perdura, no máximo, cinco meses. No restante do tempo, os índices pluviométricos da região atingem de 700 a 1400 mm, caracterizando a área como sub-úmida.
Já no Semiárido, os índices de precipitação podem variar de 0 a 700 mm com períodos de seca que duram de seis a oito meses. Em algumas regiões do Semiárido, a estiagem é tão grande que chega a durar de dois a três anos. Isso porque tal porção do território possui uma topografia simples, uma baixa absorção de energia solar pela superfície, além de estar mais distante do oceano.
A média das temperaturas no estado oscila entre 24ºC e 26ºC, sofrendo variações em virtude do período de chuvas e da altitude um pouco mais elevada em algumas partes do território. Entre as temperaturas máximas, os termômetros marcam, em média, 28ºC na região sul do estado. Já no noroeste, as máximas ficam próximas dos 32ºC. Ainda assim, a amplitude média anual não ultrapassa 5ºC, mesmo diante destas condições.
Quanto ao regime de ventos do estado, em geral, seu sopro se dá em direção ao continente, no quadrante nordeste-sudeste, atingindo velocidades médias de até 15 km/h e levando grandes quantidades de vapor d’água ao continente. No litoral, além dos alísios, as brisas também garantem a umidade na porção leste do território. Já no interior, os ventos sopram devido à força do gradiente de pressão, garantindo o alívio do calor em alguns momentos.
Referências bibliográficas:
ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2015.
ARAÚJO, Hélio Mário de. Clima e Condições Meteorológicas. In: SANTOS, Vera Maria dos. Geografia de Sergipe. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2012. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/14332316012013Geografia_de_Sergipe_Aula_3.pdf>.
CENTRO de Meteorologia da SEMARH/SRH. Disponível em: <http://www.semarh.se.gov.br/meteorologia/>.
OBSERVATÓRIO de Sergipe. Disponível em: <http://observatorio.se.gov.br/>.
SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante: geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo: Moderna, 2008.
SECRETARIA de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca. Disponível em: <http://www.seagri.se.gov.br>.
UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina – Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais: 1991 a 2012. 2 ed. Vol. Sergipe. Florianópolis: CEPED UFSC, 2013. Disponível em: <http://150.162.127.14:8080/atlas/Atlas%20Sergipe%202.pdf>.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/clima-de-sergipe/