Domínio morfoclimático da caatinga

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

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O domínio morfoclimático da caatinga está localizado principalmente no interior da região nordeste, no chamado sertão nordestino. É o único domínio morfoclimático e bioma que é exclusivamente brasileiro e cobre aproximadamente 11% do território nacional.

O clima na caatinga é o semiárido, clima quente e seco. É a região mais seca do Brasil com menos chuvas. A dureza deste clima, especialmente durante o período das secas, se deve ao fato do Planalto da Borborema (localizado no agreste nordestino) impedir que a umidade do oceano chegue ao sertão nordestino.

A umidade do vento fica retida nas encostas de barlavento do planalto da Borborema, deixando as encostas de sotavento secas. É comum, em algumas escolas, os professores de geografia fazerem a seguinte associação para facilitar que os alunos decorem os nomes: barlavento é escrito de forma similar a “barra vento”, sendo a encosta que impede a umidade do vento de seguir rumo ao sertão, enquanto que sotavento se escreve como “Só tá vento”, recordando que só está o vento sem a umidade.

Nesta faixa de transição está o agreste nordestino que apresenta em partes características do domínio morfoclimático da caatinga e em parte características do domínio morfoclimático de mares de morros (localizado do litoral nordestino, na área conhecida como Zona da Mata por conta da presença da Mata Atlântica nesta zona mais úmida).

Área de caatinga. Foto: Mendesbio / Shutterstock.com

O solo costuma ser pedregoso e ralo. O relevo é baixo, sendo dominado por depressões, especialmente no sertão, embora em suas bordas possamos encontrar outras formações como os planaltos.

A vegetação da caatinga é composta por plantas espinhosas, como cactos (xique-xique, mandacaru dentre outros), sendo também comum a presença de arbustos e outras plantas adaptadas a baixa umidade. Porém, ao contrário do que se pensa, a caatinga tem uma rica diversidade de plantas e animais e que preocupa ambientalistas sobre a preservação desta vegetação.

A transposição de rios costuma ser a principal solução apontada para resolver os problemas das secas, facilitando a vida no campo nas regiões da caatinga, porém elas levantam muitas polêmicas acerca dos impactos ambientais que essas obras podem vir a causar nos rios de onde a água virá. Sendo assim, os especialistas se dividem muito sobre o assunto.

A seca e as dificuldades enfrentadas para sobreviver da atividade agropecuária nesta região levaram durante muito tempo ao êxodo rural, ou seja, fez por muito tempo os trabalhadores migrarem da caatinga em busca de novas oportunidades de vida nas grandes cidades.

A caatinga tem um impacto muito grande na cultura popular nordestina e brasileira sendo um elemento de referência quando se fala de nordeste. Porém, muitas vezes há críticas sobre esse aspecto por favorecer a criação de muitos estereótipos problemáticos acerca da vida real no nordeste brasileiro.

A cultura popular (local ou não) costuma retratar muito as dificuldades da vida na caatinga, como na música Asa Branca do cantor conhecido como Rei do Baião, o ilustre Luiz Gonzaga (conhecido também como Gonzagão):

“Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação”

“Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão”

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