O domínio morfoclimático do cerrado está localizado no centro-oeste brasileiro, especialmente para a região mais central do país, em uma área com vastos planaltos e famosa por suas chapadas (planaltos com topo plano).
O seu clima dominante é o clima tropical continental, um clima quente e mais seco (ou menos úmido) do que o seu “irmão” tropical litorâneo. Este clima é caracterizado pela maior amplitude térmica (o quanto a tempo esquentar e esfriar) entre noite e dia e entre os dias mais frios e mais quentes.
Sua vegetação predominante é a savana (muitas vezes chamada apenas de cerrado no Brasil, embora ela não seja a única vegetação presente no cerrado e nem esteja apenas neste em solo brasileiro), com árvores menores caracterizadas pelos galhos e troncos retorcidos, com raízes mais profundas, sendo as árvores e os arbustos mais esparsos entre si, com o espaço preenchido por gramíneas.
Note-se que existem diversos tipos de savana, algumas formando uma mata mais densa, florestal, enquanto outras bem mais esparsas e similares a um campo. Assim como em partes do cerrado é possível encontrar essa variação de savanas e, também, até algumas outras vegetações minoritárias, é importante lembrar que quando se utiliza o termo vegetação de cerrado, está se falando de modo genérico sobre as savanas presentes neste domínio morfoclimático.
Neste domínio está localizada a capital federal do Brasil (Brasília), bem como está uma das áreas de maior avanço da agropecuária, especialmente na criação de gado bovino e na plantação de soja. Este avanço tem preocupado ambientalistas e defensores da causa indígena pelo impacto ambiental causado pelo desmatamento do cerrado, mas também pela contínua pressão sobre as comunidades indígenas com constantes confrontos.
A agropecuária em questão é aquela de tipo monocultor, realizada em latifúndios de agricultura convencional e altamente mecanizada com uso de agrotóxicos e transgênicos. Apesar de ser tão famoso pela agropecuária (refletida inclusive na música sertaneja tão típica das localidades situadas neste domínio) e com participação enorme no PIB brasileiro, o solo do cerrado brasileiro não é dos melhores para a agropecuária.
Se um dos grandes atrativos para a prática agrícola é a grande extensão de terras disponíveis nesta que foi por muito tempo considerada a região de fronteira agrícola brasileira, o solo do cerrado, por sua vez possui uma acidez elevada, precisando ser corrigida por intervenção humana (com forte indicação para o uso de calcário) para o adequado aproveitamento nas plantações.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) é importante no processo de expansão agrícola no cerrado, considerando a dificuldade natural inerente ao clima e ao solo deste domínio morfoclimático, pois ela é a responsável pelo desenvolvimento e disseminação de certas técnicas e tecnologias agrícolas adequadas as especificações regionais.
Entre os frutos típicos do cerrado encontram-se: pequi, buriti (muito utilizado não só para alimentação, mas também para artesanato e até para a construção de instrumentos musicais como a famosa viola de buriti), araticum, mangaba, entre outros.
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Referências:
http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao?start=5
https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/relatoriofinal_cerrado_2010_final_72_1.pdf