Economia de Sergipe

Por Lucas Ebbesen
Categorias: Sergipe
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Sergipe é uma das unidades federativas economicamente mais pobres do Brasil. Marcada pela exploração do pau-brasil e pela plantação da cana-de-açúcar, desde as invasões francesa e portuguesa, o estado desenvolveu sua economia voltada essencialmente ao abastecimento dos estados da Bahia e de Pernambuco como fornecedora de animais de tração e couro. Ao longo do século XIX, desenvolve-se na região a cultura do algodão e do tabaco, mas sem grandes êxitos já que sua produção estava voltada à cana-de-açúcar.

Atualmente, Sergipe é a 21ª economia do país. Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado foi de R$35.192.680, o equivalente a apenas 0,7% do PIB nacional. Acompanhando o desempenho mundial, o PIB sergipano obteve crescimentos bem reduzidos nos últimos anos: em 2012, a economia do estado cresceu 1,2% em relação a 2011. Já em 2013, o aumento foi de apenas 1,1%.

Dentre os estados da região Nordeste, Sergipe representa apenas 4,9% do PIB, à frente somente do Piauí. Ainda assim, o estado tem o maior PIB per capita de toda a região: R$16.028. Na composição do PIB, o setor de serviços tem a maior participação na economia estadual com 68,6%, seguido da indústria (25,7%) e da agropecuária (5,7%).

Nesta última, destaca-se a produção de frutas cítricas como a laranja, o limão e a tangerina. Os pomares, localizados em sua maioria no sul do estado, são colhidos basicamente através da mão de obra familiar. A cultura de citros no estado é tão importante que coloca Sergipe como o quarto maior produtor do país, além de representar cerca de 3% de todo o PIB estadual. O estado se caracteriza ainda pela vasta produção de coco-da-baía, cana-de-açúcar, mandioca e milho.

Industrialmente, Sergipe é um estado pouco desenvolvido. Destacam-se as indústrias extrativas e de transformação, representantes de quase 2/3 das atividades industriais sergipanas. Dentre os principais itens da indústria de transformação estão os alimentícios – especialmente a produção de sucos cítricos –, os minerais não metálicos (potássio, calcário), bebidas, têxteis e calçados.

Já entre as indústrias extrativas, destaca-se o trabalho realizado pela Petrobras que, desde 1963, explora a produção de petróleo e gás natural em Carmópolis, um dos maiores campos petrolíferos do Brasil, localizado no Leste Sergipano. No litoral do estado está situado o primeiro campo de petróleo marítimo descoberto no Brasil, o campo de Guaricema, encontrado a 80 metros de profundidade. Ao todo, Sergipe conta com 17 campos de petróleo, responsáveis pela produção de, aproximadamente, 47 mil barris por dia.

Outro destaque na economia sergipana é a Hidrelétrica de Xingó, localizada junto ao Rio São Francisco, na divisa de Sergipe com Alagoas. Inaugurada em 1994, a usina permitiu a diversificação e o aumento da produção industrial no estado. Ainda assim, a escassez de chuvas na região provoca a diminuição da produção de energia elétrica, consequentemente, retraindo a geração, a distribuição e a comercialização deste tipo de energia no estado.

No que se refere à balança comercial, Sergipe fechou o ano de 2015 com um déficit de US$118 milhões. Ao todo, a exportação do estado foi de US$95 milhões ante US$213 milhões em importação. Entre os produtos mais exportados pelo estado estão os sucos de laranja (62,9%), abacaxi (8,1%) e outros cítricos (4,3%), além de calçados (4,8%) e do açúcar (4,7%). O principal destino dos produtos sergipanos é a Holanda (59,2%), seguida por Estados Unidos (5,9%) e Colômbia (5,1%). Já entre os importados estão insumos químicos como os fertilizantes (26,1%), trigo (11,1%) e coque de petróleo (9,5%). Os principais países que enviam produtos para o estado são o Marrocos, os Estados Unidos e a China.

Referências:
1968 – A primeira descoberta de petróleo no mar, o Campo de Guaricema, SE. Disponível em: <http://exposicao60anos.agenciapetrobras.com.br/decada-1960-momento-11.php>. Acesso em: 25 de julho de 2016.

ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2015.

ATLAS do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: <http://atlasbrasil.org.br/2013/>. Acesso em: 25 de julho de 2016.

IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 22 de julho de 2016.

MARTINS, Carlos R.; TEODORO, Adenir V.; CARVALHO, Hélio W. L. Citricultura no estado de Sergipe. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2414294/artigo---citricultura-no-estado-de-sergipe>. Acesso em: 22 de julho de 2016.

MINISTÉRIO da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/>. Acesso em: 25 de julho de 2016.

OBSERVATÓRIO de Sergipe. Disponível em: <http://observatorio.se.gov.br/>. Acesso em: 21 de julho de 2016.

O PETRÓLEO de Sergipe. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoe-temp/especiais/petrobras2/bahia_berco_de_ouro_pop2.htm>. Acesso em: 25 de julho de 2016.

SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante: geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo: Moderna, 2008.

SÍNTESE Histórica do Desenvolvimento Industrial de Sergipe. Disponível em: <http://www.fies.org.br/sgw/upload/historia_industrial_sergipe.pdf>. Acesso em: 26 de julho de 2016.

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