As faixas de transição morfoclimática correspondem a toda a área de transição de um domínio morfoclimático para outro, por isso mesmo às vezes sendo chamada de faixa de transição de domínio morfoclimático.
Quando se pensa nos limites territoriais entre os domínios morfoclimáticos, é necessário entender que as fronteiras estabelecidas tem apenas finalidade didática, considerando a maior ou menor característica daquele domínio sobre aquela área física delimitada, porém, na vida real, não existem esses cortes bruscos como ocorre nas fronteiras políticas.
As divisões naturais são sempre mais difíceis de demarcar com tanta precisão, geralmente ocorre sempre uma transição entre áreas, um gradiente, uma passagem gradual de um domínio para outro a ponto de que você se estivesse caminhando de um para o outro veria aos poucos surgirem vegetações e outras características daquele outro domínio até que quando você percebesse, já teria cruzado de um domínio para o outro.
Nessa faixa de transição, vemos as características serem mais de um domínio ou de outro na medida que nos aproximamos mais do interior daquele. Se você estiver saindo do domínio da caatinga para o domínio amazônico, ao entrar na faixa de transição, começará a perceber uma caatinga levemente alterada e quanto mais afastado da caatinga estiver e mais próximo do domínio amazônico, será mais similar ao domínio amazônico e menos características da caatinga estarão presentes.
Apesar de existirem faixas de transição nos limites de todos os domínios morfoclimáticos, por não ser possível uma passagem abrupta de um domínio para outro conforme foi explicado anteriormente, algumas faixas de transição morfoclimática se tornaram especialmente famosas por suas características únicas.
Uma famosa faixa de transição morfoclimática, e a única com nome próprio, é aquela do chamado meio-norte, por vezes conhecido também pelo nome da sua vegetação: mata de cocais (ou zona dos cocais).
Assim sendo, a faixa de transição dos cocais é um predominantemente quente (como os três domínios com os quais se relaciona) e fica localizada entre o seco domínio da caatinga e o úmido domínio amazônico, embora ao sul chegue a encontrar também ao sul com o domínio morfoclimático do cerrado (que por sua vez é semiúmido), porém, é mais lembrado como transição entre a caatinga e a Amazônia.
A sua vegetação típica, os cocais, recebe esse nome por ser dominada por coqueiros (palmeiras), sendo dois os mais famosos deles. O primeiro é o babaçu (na região mais próxima do domínio amazônico), o qual é extremamente importante para a economia e a cultura local, sendo que do seu coco é retirado um óleo muito utilizado na culinária e na indústria de cosméticos.
O segundo é a carnaúba (na parte mais próxima ao domínio da caatinga), sendo que ela é a árvore símbolo do Ceará, uma palmeira muito utilizada para a extração da cera de sua árvore que possui inúmeros usos para a indústria em geral.
Outros tipos de palmeiras podem ser encontrados como o buriti que além de ser muito utilizado para artesanato e para alimentação com seus frutos, é famoso por ser usado para construir a típica viola de buriti que apesar de ser considerada uma variação da viola caipira, se parece mais com o ukulele havaiano por suas quatro cordas de nylon ou fluorcarbono (linha de pesca).