Formas de relevo

Mestre em Ensino na Educação Básica (UFG, 2021)
Licenciada em Geografia (UFG, 2003)

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Relevo corresponde às diferentes formas da superfície terrestre ou litosfera. Há variadas formas de relevo: com menor ou maior altitude, com formas planas, acidentadas, côncavas ou íngremes. Os distintos formatos presentes na crosta terrestre são resultado de agentes transformadores e modeladores do relevo.

Altitude é a distância vertical entre um ponto da superfície terrestre e o nível do mar. É diferente de altura que a distância entre a base e o topo do objeto em apreciação.

O que dá origem e o que modifica as formas de relevo?

São dois tipos de agentes:

  • Agentes endógenos ou internos – são ocasionados pela dinâmica interna do planeta Terra: movimentações tectônicas, abalos sísmicos e vulcanismo.
  • Agentes exógenos ou externos – são os agentes modeladores do relevo – provocam erosão, desgaste e acomodação por meio do intemperismo: precipitações como chuvas, neve e granizo, oscilações de temperatura e pressão atmosférica, o vento e os seres vivos, em especial os humanos.

Relevo continental

Algumas das diversas formas de relevo continental e outros aspectos do relevo. Ilustração: stihii / Shutterstock.com

Vejamos a seguir as principais formas do relevo das terras emersas de nosso planeta:

Planície

As planícies, são formas de relevo relativamente planas ou suavemente onduladas e que se localizam em baixas altitudes, ou seja, pouca acima do nível do mar. Têm em geral, origem sedimentar, recebem ou receberam grande quantidade de material erodido das áreas próximas, com altitude mais elevadas. São essencialmente áreas de deposição, onde os processos de erosão são menos significativos que os de sedimentação.

Quando a planície é formada pela deposição de sedimentos trazidos pelas águas dos rios, é chamada de planície fluvial. Já se as águas oceânicas são as responsáveis pelo processo de sedimentação, temos então a planície marítima ou planície costeira.

Planícies pelo mundo

  • Centro-americana, localizada na porção central dos Estados Unidos e Canadá;
  • Amazônica, situada na porção norte do Brasil, é um tipo de planície fluvial;
  • Grande Planície Europeia, situada na porção central da Europa, abrange a maior parte do continente;
  • Planície Siberiana, na Rússia;
  • Planície da Mesopotâmia, no Oriente Médio;
  • Nullarbor na Austrália;
  • Planície do Congo, no continente africano.

Planalto

Como o próprio nome indica, os planaltos são superfícies de relevo plano e mais alto que as planícies, com altitude, em média, superior a 300 metros em relação às áreas ao seu redor. Os limites dos planaltos são marcados por escarpas íngremes. O planalto é uma forma de relevo, ao contrário da planície, em que os processos de erosão superam os de deposição ou sedimentação. São áreas que fornecem significativa quantidade de sedimentos para as áreas com altitude inferior ao seu redor, como as planícies ou depressões.

Os planaltos apresentam formas variadas, como morros, serras, tabuleiros, chapadas e são formados por processos erosivos. Ou seja, foram um dia um relevo mais íngreme e pelos processos de intemperismo, como a chuva e o vento, tornaram-se relevos mais rebaixados que as montanhas e com topos mais aplainados.

Vejamos a seguir alguns dos maiores e mais importantes planaltos do mundo:

  • Planalto Brasileiro ou Planalto Central, abarca grande parte do território do Brasil.
  • Planalto do Tibete, no continente asiático, é o planalto com as maiores altitudes.
  • Planalto dos Grandes Lagos, na porção central do continente africano,
  • Planalto do Colorado nos Estados Unidos
  • Planalto da Sibéria Central, localizado no norte do continente asiático na Rússia.

Depressão

São porções do relevo que possuem altitude mais baixa do que as áreas no seu entorno. Desgastadas por processos erosivos, apresentam superfícies planas ou côncavas. Podemos classificar as depressões em dois tipos:

  • Depressão Relativa – região rebaixada em relação as áreas vizinhas que têm altitudes mais elevadas. No Brasil, como exemplo temos a depressão na região do Pantanal mato-grossense.
  • Depressão Absoluta – além de possuir as áreas mais rebaixadas em relação ao seu entorno, a depressão absoluta possui altitude inferior à do nível do mar. Uma depressão absoluta muito conhecida é a do Mar Morto.

Montanha

As cadeias montanhosas (sequência de montanhas) são as formas de relevo que apresentam as mais elevadas altitudes. Têm relevo acidentado, encostas íngremes e vales profundos.

Como surgem as montanhas?

As montanhas podem ter duas origens:

  • Tectônica – quando são fruto da colisão entre placas tectônicas, como no caso de dobramentos e falhamentos de origem tectônica (dobras ou rupturas que ocorrem em rochas de estrutura mais maleável provocadas pelos movimentos no interior da Terra)
  • Vulcânica – vulcões recentes ou extintos, pela sua própria dinâmica, constroem uma forma cônica que vai ganhando altitude a cada erupção solidificada. As paredes das montanhas vulcânicas são resultado da deposição do magma (rocha líquida) expelido pelo vulcão e posteriormente resfriado.

Em virtude de sua declividade acentuada, as montanhas sofrem mais intensamente o intemperismo provocado pela água e pelo vento. Assim passam a ser importantes fornecedoras de sedimentos para as áreas mais rebaixadas do seu entorno.

Cordilheiras e Montanhas pelo mundo

A Cordilheira do Himalaia encontra-se no continente asiático, é uma área de intensa atividade tectônica. Lá estão situadas as maiores altitudes do planeta. Nesta cadeia de montanhas está situado o Monte Evereste, que conta com 8.848 metros de altitude e é o ponto mais elevado do planeta.

Na América do Sul, próxima ao litoral oriental, está situada a grande Cordilheira dos Andes. Muito extensa, a cordilheira passa pelos territórios da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Tem mais de 7000 km de extensão e o ponto mais elevado é o Monte Aconcágua, com 6962 metros de altitude.

No norte da América, temos as Montanhas Rochosas, que é uma cordilheira com mais de 4800 quilômetros de extensão e e entre 110 e 480 km de largura. Estende-se do Canadá até o extremo sul dos Estados Unidos. No estado americano do Colorado está o Monte Elbert, com 4.401 metros de altitude, é a maior montanha da cordilheira.

A Cordilheira Australiana também chamada de Grande Cordilheira Divisória tem mais de 3500 km de extensão e localiza-se na costa leste da Austrália. Seu ponto culminante é o o Monte Kosciuszko, que conta com 2228 metros de altitude.

No continente africano, temos a Cordilheira do Atlas localizada na porção noroeste do continente, atravessa o Marrocos, a Argélia e a Tunísia em seus mais de 2400 km de extensão. O ponto culminante é montanha de Jbel Toubkal, com 4167 metros em território marroquino.

Os Alpes, que não são apenas suíços, estão localizados no continente europeu e se estendem pelos territórios da França, Suíça, Itália, Áustria, Alemanha, Liechtenstein e Eslovênia e Mônaco. Mont Blanc, com 4808 metros de altitude é o ponto mais elevado.

Relevo submarino

Ilustração com algumas das formas de relevo submarino e outros aspectos. Ilustração: stihii / Shutterstock.com

No fundo dos oceanos encontramos também formas de relevo semelhantes aos dos continentes, contudo, têm algumas características próprias.

Plataforma continental

A plataforma continental é continuidade do continente submergida. É o prolongamento da planície costeira em direção ao fundo dos oceanos. A região apresenta declive suave em relação ao continente e permanece plana. É formada por rochas sedimentares e tem profundidade média de 200 metros. É nessa porção da crosta oceânica que ocorrem as pesquisas e a exploração de petróleo.

Talude

Porção do relevo submarino que se caracteriza por uma inclinação acentuada e estreita, que tem início aproximadamente em 200 metros de profundidade e mergulha abruptamente da borda oceânica até os 2000 metros, onde encontra o assoalho oceânico.

Zona Abissal ou Região Pelágica

É a porção mais profunda do modelado oceânico, onde são encontrados diversas formas de relevo como as fossas marinhas. Tem aproximadamente 8000 metros de profundidade e ainda é pouco conhecida, uma vez que em tal profundidade as condições de pressão, visibilidade e temperatura ainda são um limite para o ser humano.

Além dessas três grandes estruturas do relevo oceânico, também podemos encontrar outras formas de relevo na crosta submersa:

  • Montes Marinhos – são montanhas submarinas, isoladas que permanecem submersas.
  • Ilhas oceânicas – Forma de relevo que alcança a superfície criando ilhas. Em geral é formada por um vulcão ou mais vulcões que ao entrar em erupção seguidas vezes, foi ganhando altitude até alcançar a superfície. As ilhas havaianas, por exemplo, foram formadas por um processo como este.
  • Dorsal Mesoceânica – cadeias de montanhas localizadas no fundo dos oceanos. Constituídas por processos tectônicos, da mesma forma que as cadeias de montanhas continentais. Esse soerguimento do assoalho oceânico também pode formar ilhas, como as dos Açores em Portugal.
  • Bacia oceânica – 2000 a 5000 metros de profundidade. Relevo plano, suave e coberto de matéria orgânica e sedimentos.

Relevo litorâneo ou costeiro

O modelo do relevo do litoral também recebe uma nomenclatura específica, de acordo com sua fisionomia, origem e formação. Como podemos ver na imagem a seguir o relevo costeiro pode ser constituído por golfos, deltas, ilhas, baías, cabos, penínsulas, enseadas, ístmos, lagoas, dunas, fiordes, rios e praias.

Algumas características do relevo costeiro ou litorânea. Ilustração: stihii / Shutterstock.com

 

Leia também:

Bibliografia:

Relevo – Geografia – IFRN http://docente.ifrn.edu.br/jordanacosta/disciplinas/geografia-1-2.8426.1v/relevo

Manual Técnico de Geomorfologia – IBGE - https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66620.pdf

TEIXEIRA et al. 2000. Decifrando a Terra, Ed. Oficina de Textos, São Paulo.

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