A Geografia Regional se dedica a estudar os diferentes espaços do planeta dividindo-os e agrupando em regiões que possuem características em comum, podendo ser elas de ação natural ou antrópica (feito pelo ser humano). Nessa questão a geografia regional geralmente não leva em consideração as fronteiras políticas estabelecidas para criar as separações de países e estados.
Dentre os os aspectos naturais que são utilizados nesse processo de regionalização podem estar entre eles o clima, a vegetação, o relevo, entre outros. Entre as ações humanas que são utilizadas para auxiliar no processo de regionalização podem ser considerados a agricultura, a industrialização, as influências culturais, as questões demográficas, históricas, etc.
Existe uma grande diferença entre as divisões mais populares da geografia, as chamadas Geografia Geral e a Geografia Regional. A geografia geral é dividida principalmente em dois ramos sendo eles a geografia física, que aborda as questões naturais referentes ao planeta, e a geografia humana que aborda as relações sociais e o ser humano. No caso da geografia regional ela faz uma abordagem sobre a relação entre as influências dos meios naturais sobre o ser humano.
O geógrafo francês Vidal de la Blache (1845 - 1918) foi o precursor dessa ideia de geografia regional, utilizando unidades administrativas para criar uma síntese regional. Essa área se enquadra na corrente de pensamento da geografia chamado de Possibilismo Geográfico, que surge na França, analisando de forma regional como a natureza tinha influência sobre o ser humano, porém ele poderia modificá-la e obter melhorias ao meio em que estava inserido, devido essa possibilidade de alteração natural que surge o termo possibilismo.
A partir dessa corrente de pensamento francês iniciada por Vidal de la Blache a natureza passou a ser vista como fornecedora de possibilidades e o ser humano se tornou o principal agente geográfico, vendo aqui a relação entre ambos.
Outro geógrafo francês que trabalha a geografia regional mas de forma diferente nesse período é Richard Hartshorne, ele não utiliza o termo “região”, mas sim classes de áreas em que os elementos mais homogêneos, ou seja, os mais semelhantes, determinavam cada uma dessas classes, sendo assim o que era descontínuo faria a divisão dessas áreas. Seu trabalho ficou conhecido como Método Regional.
A formação dessas regiões realizadas para análises de determinados espaços podem sofrer alterações, pois as fronteiras estabelecidas para formação regional nesse intuito são dinâmicas pois dependem de diversos fatores que podem passar por mudanças. Devido esse fator são estabelecidas as unidades administrativas, que podem incluir espaços com algumas diferenças entre recursos internos, porém trabalha de forma generalizada para compreender aquela região.
No caso do Brasil as formas de regionalização são diversas, sendo uma das mais populares é a chamada macrorregiões brasileiras, que dividem o país em 5 regiões, sendo elas Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essas divisões sofreram algumas alterações desde sua primeira proposta em 1940 até a última em 1988, isso ocorre devido os elementos escolhidos para criar essas regionalizações, a princípio sendo características naturais, posteriormente as questões naturais, sociais e econômicas.
Outra forma de regionalizar o Brasil é a regionalização geoeconômica, também chamada de complexos regionais, proposta pelo geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger durante a década de 1960. Ele propôs uma divisão no território brasileiro em três regiões que não seguem as fronteiras estaduais, sendo elas a Amazônica, Nordeste e Centro-sul, nas quais suas características em comum estão ligadas aos aspectos naturais e socioeconômicos dentro de cada uma delas.