O Intervencionismo é uma prática que pode remeter as intromissões ideológicas durante a Guerra Fria ou a forma de conduta tomada pelo governo do Estado em relação à economia.
A Guerra Fria se formou como um conflito ideológico dividindo o mundo em pólo capitalista e pólo comunista logo após a Segunda Guerra Mundial. O conflito que envolveu países do mundo todo foi o maior do século XX e teve como vencedores expoentes os Estados Unidos e a União Soviética, o primeiro dotado de diretrizes capitalistas e o segundo de diretrizes socialistas. As duas potências eram fortes demais para se enfrentarem diretamente no campo militar, era possível que ocorresse a destruição de ambas. Assim, deu-se início a um conflito de cunho ideológico que colocava em combate direto apenas outros países do mundo que seguiam orientações ideológicas opostas. Para expandir a área de influência das ideologias capitalista e comunista, Estados Unidos e União Soviética usavam práticas de Intervencionismo, ao longo da Guerra Fria, para manter seus interesses em voga.
O Intervencionismo característico da Guerra Fria era prática fundamental para assegurar o poderio das respectivas ideologias no mundo. Na América Latina, o caso mais emblemático é o que ocorreu no Canal do Panamá que foi mantido sob jurisdição dos Estados Unidos e utilizado para treinar militares. O resultado dessa conduta com traços fortes de Intervencionismo foi a formação de ditadores e agentes de espionagem.
O Intervencionismo, contudo, pode sem compreendido também no âmbito econômico. No nascer dos Estados Nacionais Modernos, as monarquias absolutistas comandavam a economia de seus respectivos territórios. Esse tipo de prática passou a ser questionado, a partir do século XVII, por idéias liberais. O liberalismo foi uma corrente ideológica que se formou acreditando que o Estado não deveria interferir na economia, esta deveria ser livre e se desenvolver por si só. Mas o passar do tempo demonstrou que não era possível e que era mesmo necessário recorrer ao Estado para regular o campo econômico. A intromissão do Estado se tornou menor na questão econômica, mas o Intervencionismo foi o que salvou o capitalismo no mundo após a grande Crise de 1929. Mais tarde, na Inglaterra, voltou-se a defender a liberdade de conduta da economia, assumindo o rótulo ideológico de neoliberalismo. Mais uma vez o Intervencionismo mostrou-se necessário e o Estado se faz presente em várias ocasiões até hoje na decisão dos rumos econômicos dos países.
No Brasil, o Intervencionismo é ainda reconhecido juridicamente como o direito de intervenção política que o Governo Federal tem de participar de decisões dos estados e, da mesma forma, que os estados têm de participar de seus municípios.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20130814134032/http://institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=903