A camada de pré-sal é formada por grandes reservas de petróleo e gás natural, que se encontram em imensas profundidades sob um depósito de sal. Possui uma extensão de aproximadamente 800 km entre Espírito Santo e Santa Catarina, representando uma das maiores regiões petrolíferas descoberta nos últimos cem anos.
Para que ocorra os depósitos de petróleo são necessárias a existência de três tipos de rochas. As rochas geradoras (permitem a concentração de material para a formação do petróleo), as rochas reservatórios (favorecem o acúmulo e produção do petróleo) e as rochas capeadoras (conservam baixa permeabilidade, atuando como selante e não permitindo a migração do petróleo para a superfície).
As seções do pré-sal são formadas por rochas reservatórios do tipo conglomerados/detríticas, e de carbonatos. Na camada pós-sal são encontradas rochas detríticas, como por exemplo, nos campos de Albacora, Atlanta, Marlim e Roncador. A camada pré-sal é composta por rochas carbonáticas como as encontradas nos campos de Carcará, Libra, Tupi, entre outros. A maioria dos campos do pré-sal são encontrados na Bacia de Santos.
A distância entre a superfície do mar e o óleo abaixo da camada de pré-sal pode chagar a 7 mil metros. Atualmente (novembro/2017), são 118 poços produtores de petróleo. Os principais produtores são os campos de Lula-LUL, Jubarte, Baleia Franca, Marlim Leste, Caratinga e Sapinhoá.
A produtividade dos campos de pré-sal é alta. De toda a produção da Petrobrás, 51% é proveniente da exploração do pré-sal, equivalente a 1,35 milhão de barris por dia, em junho de 2017. O óleo bruto extraído dos poços do pré-sal é considerado de boa qualidade. Parte da produção do óleo apresentou o grau API médio de 26,8, classificado como óleo leve (>=31°API).
As empresas que possuem o desejo de efetuar a exploração do petróleo na camada de pré-sal precisam participar de leilões realizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O que permitiu essa condição foi a lei 13.365/2016, que revoga a lei 12.351/2010, onde a Petrobrás possuía participação obrigatória na sua exploração com no mínimo 30% em cada consórcio.
O pré-sal possui um grande potencial na produção do óleo bruto e gás natural. No entanto, os custos e os desafios para sua extração são impasses que serão superados com o tempo, principalmente na exploração do gás natural. Além de apresentar oportunidades econômicas significativas, apresenta desafios técnicos devido à distância da costa, como o seu armazenamento e transporte.
Outros países como os da África Ocidental seguem os passos do Brasil e buscam novas jazidas de pré-sal. Há aproximadamente 200 milhões de anos os dois continentes eram unidos. Empresas como a Total e a Cobalt realizaram descobertas na camada de pré-sal no Gabão e Angola.
No Brasil as pesquisas na área do pré-sal continuam. Em agosto de 2017, a Petrobrás divulgou a descoberta de petróleo em áreas maduras, na Bacia de Campos. O campo se encontra na profundidade de aproximadamente 4568 m, na área de Marlim Sul.
O descobrimento da área do pré-sal e sua expansão significa em uma grande conquista, pois suas reservas apresentam óleo leve de imensa qualidade, e consequentemente de grande valor comercial. Desse modo, o Brasil passa a ter uma colocação estratégia na exploração petrolífera, tornando-se competitivo no mercado e podendo exportar petróleo em um futuro próximo.
Fontes:
http://www.presalpetroleo.gov.br/ppsa/o-pre-sal/caracteristicas
http://www.qgep.com.br/static/ptb/tipos-de-rochas.asp?idioma=ptb
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/25/economia/1477353770_864008.html
https://www.ibp.org.br/eventos/gas-do-pre-sal-oportunidades-desafios-e-perspectivas/
http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE9AS05E20131129