O Planalto Central se localiza na região central do país, a plataforma continental brasileira, assentado sobre as rochas mais antigas do planeta Terra, compostas pelos mais antigos sedimentos de Gaia, da ordem de um a dois bilhões de anos. A especificidade do grupo de rochas na região se denomina Paranoá, e se estende para o Norte até a chapada dos Veadeiros, no qual se compõem de quartizitos, ardósias, ritmitos.
Os planaltos são formados pelo processo de erosão, fenômenos que provocam desgaste no solo, que pode ser provocado por agentes internos, como vulcanismo, tectonismos, ou agentes externos, como a água, o vento, e podem alterar as superfícies, portanto as regiões do planalto apresentam morros, serras ou elevações. O Planalto Central tem predominantemente o clima tropical, caracterizado pelas altas temperaturas e períodos de secas grandes, assim como de chuvas. O relevo da região é entre 300 a 1650 metros de altitude, constituído quase que por inteiro de Chapadas, com o pico maior na Chapada dos Veadeiros, que se localiza em Goiás, sendo declarado como Patrimônio Mundial do Brasil. O bioma predominante é o Cerrado, com algumas áreas de transição com outros biomas, como a Mata Atlântica, Pantanal e Amazônia.
A vegetação do cerrado se baseia em arbóreas espaçadas, com troncos retorcidos e arbustos, possuindo algumas faixas de transição com a Mata Atlântica. Além disso, o Planalto Central possui a abrangência e potência de bacias hidrográficas, como a do Tocantins-Araguaia, Amazônica e de São Francisco. Deste modo, a região possui grande potencial hidrelétrico, com os rios Tocantins e o Araguaia. A flora da região possui mais de três mil espécies de vegetais, se destacando a ipê aroeira, pau serra, orquídeas, etc. A fauna é rica, com mais de 1500 espécies de animais desde aves, mamíferos, répteis, insetos e anfíbios.
Brasília e o Planalto Central
A capital do país, Brasília, se localiza no planalto central, tendo o local um grande desenvolvimento e foco a partir dos anos 1960. A mudança da capital do Brasil do Rio de Janeiro para o Planalto Central, iniciada por Juscelino Kubitschek, necessitou de muitos recursos humanos e financeiros. Em 21 de abril de 1960 Brasília surgiu para o mundo, como um dos projetos de forma inovadora, diferente de tudo até então. Além disso, a data de inauguração marcava o dia da morte de Tiradentes, que foi um dos líderes Mineiros que defendeu a independência do Brasil no século XVIII, fortalecendo ainda mais o símbolo que Brasília carregaria, como o ideal de liberdade e coragem para o brasileiro, homenageando logo então, um dos inconfidentes que haviam sonhado com um país livre.
A ideia de transferir a capital do Brasil para o interior era prevista já na Constituição de 1891, e já no ano seguinte, cientistas foram enviados para explorar a região do Planalto Central e demarcar a área. A tarefa ficou conhecida como “Missão Cruls”:
“Médicos, geólogos e botânicos compunham a equipe que fez um levantamento sobre a topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls, a primeira versão do “quadradinho”, como todo brasiliense chama o mapa da cidade.”
Brasília teve um projeto arquitetônico e urbanístico criado pela Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital), afim de selecionar projetos urbanísticos para a construção de Brasília. O projeto escolhido foi o do arquiteto Lúcio Costa, pela ideia simples desenhado um traçado de dois eixos, cruzando um ângulo reto, como um sinal de cruz, formando uma dessas linhas o eixo Rodoviário, que seria as áreas residenciais, e a outra linha que representa o Eixo Monumental, que abriga prédios públicos e o palácio do Governo Federal no lado leste; a Rodoviária e a Torre de TV no centro, e os prédios do governo local no lado oeste.
Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país.
Oscar Niemeyer. Arquivo Público do Distrito Federal
Com o projeto aprovado por Juscelino Kubitscheck, o mesmo escolheu Oscar Niemeyer como arquiteto responsável pela construção dos monumentos presentes em Brasília, e pelas principais estruturas da cidade, como o Congresso Nacional, os Palácios da Alvorada, o Supremo Tribunal Federal, do Planalto e a Catedral de Brasília.
Bibliografia:
BETRAN, Paulo. História do homem e da terra no Planalto Central. Brasília, 1995. Disponível em http://biblioteca.cl.df.gov.br/dspace/bitstream/123456789/1718/1/Texto%20integral%20(PDF)
https://www.scielo.br/j/rbb/a/cwCSxZznMWzL8mx7dnRrmPx/?lang=pt&format=html#