População da América do Sul

Mestrado em Geografia (UFSC, 2015)
Graduação em Geografia (UFSC, 2012)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

A América do Sul possui uma extensão aproximada de 17,8 milhões de km² e cerca de 6% de toda a população mundial vive nesse território, que somava mais de 418 milhões de habitantes no ano de 2015 – atingindo uma densidade populacional de 23,5hab./km². Sua população encontra-se espalhada pelos diferentes territórios que compõem o subcontinente, destacando-se: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa (pertencente à França), Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

A principal característica da população sul-americana é o grande desequilíbrio na distribuição geográfica. Enquanto a ampla maioria se concentra nas áreas litorâneas, regiões enormes no seu interior permanecem praticamente desabitadas. Quase metade da população da América do Sul vive no Brasil (209 milhões de habitantes), mas devido à sua grande extensão territorial e as vastas áreas pouco habitadas, o país apresenta uma densidade demográfica bem menor do que em muitos outros, atingindo 25hab./km². Em termos de população, o Brasil é seguido por Colômbia (48 milhões) e Argentina (43 milhões). Os dois países possuem densidades populacionais bem distintas: 16hab./km² na Argentina e 44hab./km² na Colômbia.

Se compararmos o IDH dos países, veremos que Argentina, Chile e Uruguai estão em vantagem (< 0,79), seguidos por Brasil, Venezuela e Peru (0,73 a 0,79), e Equador, Colômbia e Suriname (0,71 a 0,73). Os demais apresentam menos de 0,71.

A partir de meados do século XX, principalmente com o processo de industrialização e o surgimento de empregos e oportunidades nas cidades, a urbanização se intensificou em alguns países sul-americanos. Desse modo, grande parte da população migrou das áreas rurais para as áreas urbanas, praticando o êxodo rural. Em consequência disso, surgiram altíssimas concentrações populacionais em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bogotá, Buenos Aires e Caracas. O massivo e repentino movimento migratório e a fragilidade socioeconômica desses países, ocasionaram a formação de cidades desorganizadas e sem infraestrutura. Assim surgiram os grandes bolsões de pobreza urbana, como subúrbios periféricos e favelas – geralmente áreas de ocupação irregular. Essas localidades, onde faltam serviços básicos como água encanada e saneamento, abrigam uma grande parcela da população sul-americana. Atualmente, mais de 80% da população da América do Sul vive em cidades.

A colonização europeia – protagonizada, sobretudo, por Portugal e Espanha – ocorrida nos países sul-americanos caracterizou-se pela intensa exploração das colônias, extraindo grande parte das riquezas e utilizando o território para produções em larga escala, baseadas na monocultura e trabalho escravo. Isso tudo impactou definitivamente a formação socioespacial desses países e influenciou seu subdesenvolvimento. Esse cenário também ocasionou o extermínio de populações indígenas, principalmente em conflitos por território. Atualmente, as comunidades ameríndias fazem parte das camadas mais pobres da população e têm grandes dificuldades de desenvolver sua cultura.

Os grandes fluxos migratórios ocorridos em direção ao subcontinente, intensificados nos períodos das grandes guerras, possibilitaram uma grande miscigenação entre povos originários e povos provenientes de diversas partes do mundo. Ameríndios, mestiços, europeus, africanos e asiáticos (entre outros) compõem a grande diversidade étnica e cultural da população sul-americana.

Os idiomas mais falados na América do Sul são o espanhol (44,6%) e o português (40,8%). Em terceiro e quarto lugares vêm o Quichua (1,6%) e o Guarani (1,3%). Mas há centenas de outros idiomas que, somados, representam 11,7%, destacando-se as diversas línguas indígenas. Em termos de religião, a grande maioria da população se considera cristã, e a religião católica é a que possui mais adeptos. Nos últimos anos, porém, houve um aumento de protestantes, além das pessoas sem religião ou que preferem não opinar. Há também um grande número de pessoas adeptas de outras religiões, como as de matriz africana, judaísmo, hinduísmo, islamismo, budismo, entre outras.

Leia também:

Fontes:

ATLAS Geográfico Mundial: para conhecer melhor o mundo em que vivemos. [S.l.]: Sol9o, 2005.

CASTELLAR, Sônia; MAESTRO, Valter. Geografia: uma leitura do mundo. São Paulo: Quinteto Editorial, 2009.

GRANDE Atlas Universal: América do Sul e Central e Antártida. [S.l.]: Sol 90, 2004.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2004/12/08/ult1808u29624.jhtm

http://www.worldometers.info/

http://pt.actualitix.com

Arquivado em: América, Demografia
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: