A população de toda a Amazônia era de 90.000 habitantes em 1800; em 1850, de 200.931 habitantes e 1.259.479 habitantes, em 1900. Esse rápido crescimento relaciona-se à expansão econômica do Ciclo da Borracha, que atraiu uma grande leva de nordestinos aos vales dos rios Juruá e Purus, em busca de trabalho nos seringais. No período entre 1827 e 1930, pode-se estimar que cerca de 500.000 nordestinos migraram para a região amazônica.
O Ciclo da Borracha impulsionou a “Fase Áurea de Manaus” (1890-1912), quando a cidade passou por uma grandes mudanças e crescimento. Nesse período foi instalada a primeira universidade do Brasil, em 1909, com o nome de Universitária Livre de Manáos.
Os ingleses também foram atraídos pela borracha, no final do século XIX, trazendo consigo transformações culturais e socioeconômicas. Importante também foi a presença japonesa, com novas técnicas e culturas para o desenvolvimento do estado. Na década de 1930, foi fundada a primeira colônia japonesa em terras amazonenses, introduzindo o plantio de juta no estado.
Em 1852 foi realizado um Censo na Província do Amazonas, indicando um total de 42.223 habitantes, com uma composição populacional preponderantemente indígena, com 57,7%. Os mamelucos representavam 26,8%, os brancos, 8,5%, os mestiços, 4,9% e os negros não passavam de 2,3%.
No Censo de 1980, a população total do Amazonas era de 1.430.089 habitantes, sendo que desse total 633.392 habitantes estavam concentrados na capital, Manaus. No Censo de 1991, a população brasileira já atingia 146.154.502 habitantes. Desse total, o Amazonas contava com uma população de 2.088.682 habitantes, onde 1.075.537 eram homens e 1.013.145, mulheres.
No Censo preliminar de 1996, o Estado do Amazonas tinha uma população de 2.390.102 habitantes, com mais da metade concentrando-se na capital, que possuía 1.158.256 habitantes. Nessa estimativa, a população masculina ultrapassou a feminina, com um total de 1.196.018 de população masculina, diante de 1.195.084 de população feminina.
No ano 2.000, o Censo mostrava a população amazonense com 2.812.557 habitantes, sendo 1.414.367 homens e 1.398.190 mulheres. Essa relação está ligada às atividades econômicas, que atraíram mais mão de obra masculina. Outra característica importante é que 2.107.222 habitantes estavam concentrados nas áreas urbanas, contra 705.335 habitantes nas zonas rurais. A capital do estado concentrava quase metade da população total, em função dos direcionamentos do desenvolvimento econômico nos 30 anos anteriores. A população de Manaus cresceu quase 8 vezes em 40 anos, tornando-se a oitava maior cidade brasileira.
Em 2004, estima-se um contingente de 3.148.420 habitantes no estado, sendo que 1.592.555 pessoas (50,53%) viviam em Manaus.
As pesquisas demonstram que a taxa de crescimento vem diminuindo ao longo das últimas décadas. Em 1980 essa taxa era de 4,80%; no final da década de 1990, 2,81%; já em 2004, havia baixado para 2,53%.
Por outro lado, os indicadores sociais deixam muito a desejar. Segundo o IBGE, no período de 1991 a 2000, o saneamento básico em 60,1% dos municípios era ineficiente, sem rede de esgoto sanitário e coleta de lixo (em Manaus, 56,5% dos domicílios possuíam saneamento básico); a média de estudo era de 3 anos; o menor valor dos rendimentos médios variava em torno de R$333. A expectativa de vida do amazonense, em 2004, era de 70,7 anos, atingindo um ganho de 1 ano e 8 meses a mais que a pesquisa anterior, posicionando o estado na 14ª posição do ranking nacional.
Dados de 2019 mostram que a frequência das pessoas na escola diminui à medida que se aumenta a idade. De acordo com o IBGE, 7,7% das pessoas de 25 anos de idade no Amazonas não possuem nenhuma instrução, e somente 14,8% têm nível superior completo.
A população indígena merece grande destaque no estado. Com uma história de opressão, foram drasticamente reduzidos desde a colonização, com a escravização e consequente desestruturação a que foram submetidos.
Em 1990, a população indígena brasileira era de apenas 734,13 mil pessoas (0,4% da população nacional), onde mais da metade concentrava-se na Amazônia, com uma grande parcela no Amazonas. Dentre as nações indígenas que vivem no estado, podemos destacar os Yanomami que, de uma população de 20.000 pessoas, têm metade vivendo no Brasil, entre Amazonas e Roraima.
Leia também:
- Geografia do Amazonas
- Clima do Amazonas
- Economia do Amazonas
- História do Amazonas
- Relevo do Amazonas
- Vegetação do Amazonas
Fontes:
MIGUEIS, Roberto. Geografia do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011, 144p.
Acrítica. Amazonas tem 7,7% dos adultos sem nenhuma instrução educacional. Disponível em: <https://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/amazonas-tem-7-7-dos-adultos-sem-nenhuma-instrucao-educacional>. Acesso em 21/11/2019.