O Brasil é uma importante potência agrícola mundial, portanto, conta com alguns importantes competidores no mercado externo. Especialmente entre as outras potências agrícolas mundiais (Estados Unidos da América e União Europeia), porém, não só elas. Apesar de estarmos falando de países concorrendo entre si no mercado global, é importante destacar que a União Europeia não é um país e sim um bloco econômico, porém em um grau tão avançado de união que no comércio exterior se comporta como se fosse um único país.
O milho, por exemplo, é um caso em que o Brasil compete não só com uma potência agrícola como os Estados Unidos da América com seu famoso cinturão do milho (corn belt) voltado para a produção agrícola de milho em latifúndios monocultores e com alta tecnologia e uso de transgênicos e pesticidas. A China também é, para a surpresa de muitos (pois não é um produto tradicional de sua terra), um dos grandes produtores de milho do mundo.
É importante ressaltar que muitas vezes a produção agrícola não é pensada em atender as demandas do mercado interno e sim a produção do mercado externo, como no caso da produção pecuária de cavalos para corte (o Brasil produz muita carne de cavalo para exportação mesmo que ela seja rejeitada no mercado brasileiro e raramente consumida neste país).
Entretanto, diferentemente do que muitos podem imaginar sobre o milho, tanto a China quanto os Estados Unidos são respectivamente o segundo e o primeiro entre os maiores produtores e entre os maiores consumidores de milho.
O Brasil é, por sua vez, o terceiro maior produtor de milho e o quarto maior consumidor, o terceiro maior consumidor é a União Europeia (que apesar de ser a terceira maior consumidora de milho no mundo é apenas a quarta maior produtora).
No caso da soja, outro produto agrícola que o Brasil e os Estados Unidos estão entre os principais produtores no mundo, até o ano de 2019 tinha os E.U.A. eram o principal produtor mundial, disputando diretamente com o Brasil que era então apenas o segundo maior produtor de soja no mundo.
Porém, de 2019 para 2020 houve uma mudança no cenário mundial de produtores de soja e o Brasil conseguiu ultrapassar os E.U.A. na produção ficando assim com o primeiro lugar enquanto os americanos passaram a ocupar a segunda posição na produção mundial. A Argentina, que atualmente ocupa a terceira posição na produção mundial de soja, não pode ser descartada como uma concorrente considerável ao Brasil.
Enquanto a soja brasileira tem sua produção concentrada nas regiões centro-oeste e sul, nos Estados Unidos, muito conhecido por sua agricultura ser tradicionalmente dividida em belts (cinturões) formados por determinadas regiões que são especializadas em determinados produtos cultivados, ainda é polêmico entre estudiosos do assunto se e como é formado o possível cinturão da soja (soybean belt) neste país (ainda que o governo federal reconheça oficialmente a existência de um cinturão da soja).
Referências:
https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos
https://www.ncdc.noaa.gov/monitoring-references/maps/us-ag-belts.php
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/principais-competidores-do-brasil-no-mercado-externo/