Compilação de questões sobre a região Nordeste do Brasil. Ler artigo Região Nordeste.
Em relação à diversidade fisiográfica de cada estado federado da região Nordeste brasileira, as unidades político-administrativas mais e menos sertanejas são, respectivamente:
Bahia e Pernambuco;
Bahia e Sergipe;
Ceará e Maranhão;
Ceará e Sergipe;
Bahia e Alagoas.
Em se tratando da Região Nordeste do Brasil vale destacar que:
I. A zona da mata é a área de maior concentração demográfica e urbana, nesse trecho do Nordeste temos importantes atividades econômicas relacionadas aos distritos industriais, petroquímica e monocultura canavieira e cacaueira;
II. Do ponto de vista sócio-econômico, o Nordeste apresenta os mais elevados índices de pobreza do país. Problemas como o analfabetismo, desnutrição, mortalidade infantil, subemprego, moradia precária, falta de assistência médica e de educação são alguns exemplos;
III. A economia regional é frágil, descapitalizada e totalmente controlada por algumas oligarquias locais ou por grandes empresas estrangeiras associadas ao capital nacional e regional;
IV. Tanto a produção algodoeira e de agave, quanto à produção de pecuária extensiva estão inseridas em áreas litorâneas e do Recôncavo baiano, a exemplo do cacau.
São itens incorretos:
I, II e IV;
Apenas o item IV;
Apenas II e III;
II, III e IV;
I, II e III.
“Os fatores de conservação transformaram o semi-árido em uma região aparentemente sem história, dada a permanência e imutabilidade dos problemas. Como se com o decorrer das décadas nada tivesse se alterado e o presente fosse um eterno passado. A cada seca, e mesmo no intervalo entre uma e outra, milhares de nordestinos foram abandonando a região. Sem esperança de mudar a história das suas cidades, buscaram em outras paragens a solução para a sobrevivência das suas famílias. Foi nos sertões que permaneceu inalterado o poder pessoal dos coronéis, petrificado durante o populismo e pela migração de milhões de nordestinos para o sul” (VILLA, Marco Antonio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX. São Paulo: Ática, 2000, p. 252).
Com base no trecho acima, é possível concluir que:
a grande evasão das populações do Nordeste em direção à região Sudeste resultaram no “boom” da borracha ocorrido na década de 1970;
as secas nordestinas não podem ser historicamente explicadas, já que decorrem de fenômenos estritamente geográficos;
a “indústria da seca” no Nordeste beneficiou diretamente as grandes capitais da região, estimulando sua industrialização em inícios do século XX;
as secas do Nordeste, resultando na multiplicação de fortes correntes migratórias, transformaram o homem nordestino em sinônimo exclusivo de flagelado;
a grande mobilidade dos nordestinos, mais que uma decorrência das secas, foi fruto de um sistema de dominação baseada na propriedade da terra que marginalizava homens livres e pobres.
João Grilo Mas Chicó, e o rio São Francisco?
Chicó Só podia estar seco nesse tempo, porque não me lembro quando passei... E nesse tempo todo o cavalo ali comigo, sem reclamar nada!
[...]
Palhaço [...] nas cenas seguintes, dois demônios vestidos de vaqueiro, pois isso decorre de uma crença comum no sertão do Nordeste
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014, p. 23 e 117.
Sobre o Nordeste brasileiro, é correto afirmar que:
no sertão, principal cenário da obra de Suassuna, o tipo climático predominante é o tropical alternadamente seco e úmido.
considerando as informações contidas no texto acima, há trechos em que o rio São Francisco é considerado intermitente.
no final de 2015, o rompimento de barragens contendo resíduos de mineração resultou na contaminação do rio São Francisco em vários trechos, comprometendo inclusive a pesca artesanal e o abastecimento de água potável.
a Caatinga, principal bioma do sertão nordestino, ainda carece de marcos regulatórios e de ações e investimentos em sua conservação e uso sustentável.
afloramentos rochosos são uma característica comum das áreas mais altas da Caatinga; esses afloramentos e os solos pouco profundos formam as condições ideais para as cactáceas.
as formações de planícies que dominam o sertão nordestino são compostas de argilito metamorfoseado de rochas quartzíticas consolidadas na era Cenozoica.
Associe as sub-regiões do Nordeste brasileiro com as devidas características.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
3 – 4 – 2 – 1
2 – 3 – 1 – 4
1 – 3 – 4 – 2
2 – 4 – 1 – 3
4 – 2 – 3 – 1
Em 1932, o Estado Brasileiro instalou campos de concentração de flagelados no Ceará, desde a região do Cariri até Fortaleza, destinados a isolar os retirantes que saíam do interior. No total, esses campos chegaram a concentrar mais de 73 mil pessoas vivendo sob condições precárias.
Sobre o tema das secas no Nordeste, é correto afirmar que:
o chamado “Polígono das Secas”, abrangendo a Zona da Mata, desde a Bahia até o Maranhão, foi oficialmente demarcado nos anos 1930, no contexto da grande seca.
grandes levas de retirantes flagelados do Ceará saíam do sertão e se direcionavam ao agreste nordestino, em busca de trabalho nos canaviais, ou às capitais do Sudeste, à procura de emprego no comércio.
o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, implantado na atualidade como medida de combate à seca, resultará em desassoreamento desse canal fluvial.
a ocorrência de campos para flagelados explica-se pela ausência de políticas de combate às secas, implantadas apenas em 1960 pela Sudene — Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste.
a explicação do fenômeno de migração para as cidades como decorrente da pobreza no sertão e exclusivamente relacionada à seca é insuficiente, pois omite a lógica da concentração fundiária e suas consequências.
Observe a ilustração abaixo e assinale a alternativa CORRETA quanto ao que está representado.
Área que vem sendo vista como a grande fronteira agrícola nacional, o Matopiba abrange o bioma do Cerrado. Responde por meio do agronegócio a grande parte da produção brasileira de pecuária de corte.
Região marcada pela tradicional agricultura de grãos tem, nos estados do Maranhão, Goiás, Piauí e Bahia, as maiores produções de soja, algodão e milho. A sustentabilidade vem se tornando outra marca desta produção.
Topografia plana, solos profundos e o clima favorável ao cultivo das principais culturas de grãos e fibras viabilizaram o crescimento vertiginoso da região que, até o final da década de 1980, se baseava fortemente na pecuária extensiva.
Área vista como potencial para o agronegócio, tendo como carro chefe a produção futura de soja em todos os estados da região. Os produtores afirmam que o fácil manejo do solo facilitará o sucesso do empreendimento.
“...Veio, então, uma seca intensa e duradoura de 1877 a 1879, que resultou em trágica mortandade da região com estimativa de cerca de 500.000 óbitos. Foi a partir desse choque que atingiu a sociedade brasileira que começou uma busca de soluções estruturais (Campos & Studart 1997). Foi nessa seca, que se atribui a Dom Pedro II a frase: “venderei a última pedra da minha coroa antes que um nordestino venha a morrer de fome”. Fonte: <http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-811.pdf>. Acessado em: 13/05/2015.
O texto aponta a região do Nordeste brasileiro. Sobre essa região é correto afirmar, exceto:
O rio São Francisco, através da transposição de suas águas, está no centro de uma polêmica provocada por um projeto de atendimento às áreas atingidas pelas secas, polêmica esta que existe porque há controvérsias sobre os impactos ambientais que pode provocar.
A frase atribuída a D. Pedro II atingiu sucesso desejado a partir da regulamentação do uso da água pela Agência Nacional de Águas (ANA), assegurando “à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade da água, em padrões de qualidade adequados”.
A caatinga, típica do Polígono das Secas, é um bioma de clima semiárido, solo pouco profundo e pedregoso, com baixo índice pluviométrico e chuva mal distribuída, refletindo-se na vegetação com espécies xerófitas e rios temporários.
O quadro de escassez e a utilização incorreta dos recursos hídricos aumentam a fragilidade da região conhecida como Polígono das Secas ao processo de desertificação.
“Quantos “cariris” cabem no espaço hoje conhecido pelo mesmo nome? Quantos nomes, vozes e histórias ajudaram a construí-lo como lugar incomum e plural para tantas gerações de intelectuais, artistas, políticos e religiosos? Cariri, espaço simbólico, monumentalizado em narrativas, cantado e poetizado por homens como José Bernardino da Silva, Patativa do Assaré, Manoel Caboclo; esculpido em formas belas e estranhas como as da escola de artistas populares inaugurada por Noza, Ciça do Barro Cru, Nino e tantos outros que se destacaram ao longo do século XX; xilogravado por Stêncio Diniz, José Lourenço, Nilo, dentre outros. Tantas cores, palavras e nuances que, encontrar uma síntese de definição tem sido tarefa complexa a qual muitos dedicaram a vida.” (MENESES, Sônia. Apresentação do livro Cariri, Cariris: outros olhares sobre um lugar (in) comum. MENESES, Sônia (org.). Crato: Universidade Regional do Cariri (URCA); Recife: Imprima, 2016.
Considerando o trecho acima da historiadora Sônia Meneses, é correto afirmar sobre o Cariri e sua história e território:
A palavra Kariri denota a designação de grupos indígenas que, quando da chegada dos colonizadores, habitavam o sul da América Portuguesa e migraram para o sul do atual território do Ceará para fugir dos conflitos com os colonizadores espanhóis;
Considerando o uso feito pela população local no seu cotidiano, a designação Cariri significa exclusivamente os vales altiplanos da Chapada do Araripe;
Segundo a tradição historiográfica fundada pelos historiadores Irineu Pinheiro e José de Figueiredo Filho, o Cariri é uma área à parte do Nordeste, diferente por sua natureza, pelo clima e vegetação, em relação ao restante do sertão nordestino;
A criação do ICC (Instituto Cultural do Cariri) pode ser considerada um marco na produção historiográfica do Cariri, pois o Instituto foi fundado por um grupo de intelectuais preocupados em negar as obras de Irineu Pinheiro e José de Figueiredo e criar uma “nova identidade” para a região;
Um fator importante para o processo de construção da identidade do caririense foi a participação nos movimentos políticos do início do século XIX, quando os principais núcleos familiares da região, tendo como liderança a Dona Bárbara de Alencar, se colocaram em defesa da monarquia portuguesa (1817) e da monarquia brasileira (1824);
Sobre o Nordeste brasileiro é correto afirmar:
O Sertão nordestino abriga em sua faixa de terra a Mata dos Cocais considerada uma vegetação de “transição” entre a caatinga e a floresta amazônica sendo constituída por palmeiras como carnaúba e babaçu.
A Zona da Mata é, dentre as sub-regiões nordestinas, a mais povoada, mais industrializada e mais urbanizada. Compreende a área litorânea do Rio Grande do Norte até a Bahia, cuja vegetação original era a Mata Atlântica.
O Agreste do Nordeste brasileiro se caracteriza por um clima semiárido, embora abrigue o rio São Francisco, cujas águas são represadas por açudes como o Orós e Castanhão e alimentam o rio Jaguaribe, no Ceará, o que o torna um rio perene.
O Meio Norte é a área situada no “Recôncavo Baiano” se destacando pela extração de petróleo e pelas indústrias petroquímicas, especialmente. É a principal área industrial do Nordeste brasileiro abrigando o polo petroquímico de Camaçari.
O Nordeste brasileiro abriga os maiores acidentes de relevo como a Serra de Cubatão, por exemplo, bem como as principais rodovias como a BR 116; portos como o de Suape e aeroportos internacionais como o Pinto Martins.