Por definição, o relevo é o conjunto de saliências e reentrâncias que compõem a superfície terrestre. É um componente da litosfera relacionado com o conjunto rochoso subjacente e com os solos que o recobre. Sua escultura modelada numa grande variedade de formas resulta da atuação simultânea e desigual, tanto no espaço como no tempo, não só dos fatores climáticos, bem como da estrutura da litosfera. Desta maneira, o relevo encontra-se em permanente transformação (MARTINELLI, 2009).
Martinelli (2009) destaca que o relevo é o resultado da ação de duas forças, a endógena (interna) e a exógena (externa). As primeiras são responsáveis pelas formas, ou seja, pelas estruturas, enquanto que as segundas tomam parte na modelagem das formas. Se expressa na configuração plástica concreta e heterogênea das formas que compõem a superfície da Terra (ROSS, 1999).
O Estado de Goiás está localizado no Planalto Central Brasileiro, o que justifica a predominância de planaltos em seu relevo. Além da presença marcante dos planaltos, dentro dos limites do Estado, encontramos também áreas de planícies e depressões. O Estado de Goiás apresenta, em geral, modestas amplitudes altimétricas. Das proximidades da planície do Bananal ao grande dispersor de águas das bacias Platina e Amazônica, as altitudes variam genericamente de 200 a 1200m.
Nesse quadro, abrange uma variedade muito grande de aspectos morfológicos. Essa variedade decorre de fatores que contribuíram, direta ou indiretamente, na elaboração do relevo, em tempos pretéritos e atuais, refletindo grande interação dos processos endogenéticos e exogenéticos (NASCIMENTO, 1991).
Existem diversas variações de relevo no território do estado goiano, onde ocorrem terrenos cristalinos sedimentares antigos, áreas de planaltos bastante trabalhadas pela erosão, bem como chapadas, apresentando características físicas de contrastes marcantes. As maiores altitudes localizam-se a leste e a norte do estado de Goiás, nas regiões da Chapada dos Veadeiros (1.784 metros), na Serra dos Cristais (1.250 metros) e na Serra dos Pireneus (1.395 metros). As altitudes mais baixas ocorrem especialmente no oeste do estado (NASCIMENTO, 1991).
Como resultante dessa evolução, de acordo com Nascimento (1991), são individualizados três grandes quadros morfoestruturais:
- Maciços antigos, modelados por processos denudacionais pretéritos, aplainados e reafeiçoados no Cenozóico, e topograficamente configurados por planaltos, serras e depressões inter-montanas.
- Bacia de sedimentação caracterizada por planaltos escarpados, mesas e chapadões.
- Depressões pediplanadas (do Araguaia e do Tocantins), caracterizadas por grandes extensões de relevos planos e áreas de dessecção incipiente.
Referencias:
NASCIMENTO, M. A. L. S. A Geomorfologia do Estado de Goiás. Boletim Goiano de Geografia. Goiânia: UFG, V.12, n.1. Jan./Dez. 1991. Disponível em: https://observatoriogeogoias.iesa.ufg.br/up/215/o/NASCIMENTO_Maria_Amelia_Leite_Geomorfologia_Go.pdf . Acesso em 17 de fevereiro de 2018.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/relevo-de-goias/