Relevo do Mato Grosso

Mestre em Ciências Humanas (PUC-RJ, 2016)
Graduado em Geografia (UFF, 2009)

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O relevo é o conjunto de saliências e reentrâncias que compõem a superfície terrestre. É um componente da litosfera relacionado com o conjunto rochoso subjacente e com os solos que o recobre. Sua escultura modelada numa grande variedade de formas resulta da atuação simultânea e desigual, tanto no espaço como no tempo, não só dos fatores climáticos, bem como da estrutura da litosfera. Desta maneira, o relevo encontra-se em permanente transformação (MARTINELLI, 2009).

Martinelli (2009) destaca que o relevo é o resultado da ação de duas forças, a endógena (interna) e a exógena (externa). As primeiras são responsáveis pelas formas, ou seja, pelas estruturas, enquanto que as segundas tomam parte na modelagem das formas. Se expressa na configuração plástica concreta e heterogênea das formas que compõem a superfície da Terra (ROSS, 1999).

Dessa forma, o relevo do Estado do Mato Grosso repousa sobre a porção do que chamamos de escudo brasileiro denominada também de Maciço Central, Maciço do Brasil Central ou, ainda, Maciço Mato-Grossense. Este maciço representa um vasto conjunto de áreas de escudo exposto, exibindo complexas estruturas geológicas, sobre as quais vieram a se depositar sedimentos (EMBRAPA s.d.). O Maciço Mato-Grossense apresenta-se soerguido para o Sul, onde apresenta suas maiores altitudes: 800-1200 metros, na Serra Azul e 500-800 metros, na Chapada dos Guimarães, famoso ponto turístico do estado, fazendo limites, ao Norte com a Bacia Amazônica, a Leste com a Bacia do São Francisco, a Oeste com a borda oriental andina e ao Sul-Sudeste, com a Bacia de sedimentação do Paraná

O Estado do Mato Grosso apresenta, em geral, em seu território altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada na porção sul do Estado Matogrossense, simples parcela do planalto meridional. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental.

De acordo com a classificação de Ross (1999) temos no Estado do Mato Grosso regiões de planalto como a Chapada da Bacia do Paraná, a Chapada dos Parecis, as Residuais Sul-Amazônicos e as Serras residuais do Alto Paraguai.

Além dessas áreas, de acordo com o autor temos também no território do Estado a presença de áreas de Depressões, que são: A Depressão Marginal Sul-Amazônico, depressão do Araguaia, Depressão Cuiabana e depressão do Alto Paraguai-Guaporé. Planícies: Planície do Rio Araguaia, Planície e Pantanal do Rio Guaporé e Planície e Pantanal Mato-Grossense (ROSS, 1999).

É importante destacar que na região Centro-Oeste do Brasil, como decorrência das condições do quadro morfológico, a sua hidrografia está representada, principalmente, por rios de planalto que se caracterizam por apresentar, ao longo de seus cursos, um considerável número de quedas d`água, corredeiras e travessões rápidos e baixos. As planícies desta região apresentam área bem inferior à dos planaltos, embora os rios que nela desenvolvem os seus cursos também figurem como artérias de grande importância, não só pelas feições que eles imprimem na paisagem regional, mas também pelas perspectivas que oferecem de utilização pelo homem (INNOCÊNCIO, 1977).

Referencias:

EMBRAPA. O Estado do Mato Grosso – Relevos. S.d. Disponível em: http://www.qmdmt.cnpm.embrapa.br/713.htm. Acesso em 02 de fevereiro de 2018.

MARTINELLI, M. Relevo do Estado de São Paulo. Confins Online, 2009. Disponível em: http://journals.openedition.org/confins/6168. Acesso em 22 de dezembro de 2017.

ROSS, J. L. S. Relevo brasileiro: planaltos, planícies e depressões. In: CARLOS, A. F. A. (org.). Novos caminhos da geografia, São Paulo, Contexto, 1999.

MOREIRA, A.A.N. Relevo. In: Galvão, M. G. (Coord). Geografia do Brasil. Região Centro-Oeste. Rio de Janeiro: IBGE, v. 4, 1977, p.1-34.

INNOCÊNCIO, N.R. Hidrografia. Geografia do Brasil - região centro-oeste. Rio de Janeiro: IBGE, 1977, 364p.

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