O relevo é o conjunto de saliências e reentrâncias que compõem a superfície terrestre. É um componente da litosfera relacionado com o conjunto rochoso subjacente e com os solos que o recobre. Sua escultura modelada numa grande variedade de formas resulta da atuação simultânea e desigual, tanto no espaço como no tempo, não só dos fatores climáticos, bem como da estrutura da litosfera. Desta maneira, o relevo encontra-se em permanente transformação (MARTINELLI, 2009).
Martinelli (2009) destaca que o relevo é o resultado da ação de duas forças, a endógena (interna) e a exógena (externa). As primeiras são responsáveis pelas formas, ou seja, pelas estruturas, enquanto que as segundas tomam parte na modelagem das formas. Se expressa na configuração plástica concreta e heterogênea das formas que compõem a superfície da Terra (ROSS, 1999).
Seguindo o que foi proposto por Martinelli (2009) e Ross (1999), o relevo é resultado direto do substrato da rocha original. Assim, a estrutura geológica do Estado do Mato Grosso do Sul pode ser dividida por três unidades geotectônicas distintas, que são: a plataforma amazônica, o cinturão metamórfico Paraguai-Araguaia e a bacia sedimentar do Paraná. Sobre essas unidades visualizam-se dois conjuntos estruturais: o primeiro, mais antigo, com dobras e falhas, está localizado em terrenos pré-cambrianos, já o segundo, em terrenos fanerozóicos, na bacia sedimentar do Paraná.
Dessa forma, temos como resultado a presença de três formas e relevo dentro do Estado do Mato Grosso do Sul que são: Os planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, que ocupa boa parte do Estado; a Depressão do Rio Miranda e a região da Planície Pantanal Mato-Grossense.
Devemos destacar que o relevo do Estado do Mato Grosso do Sul não ocorre grandes altitudes nas duas principais formações montanhosas, as serras da Bodoquena e de Maracaju, que formam os divisores de águas das bacias do Paraguai e do Paraná. As altitudes médias desses pontos do Estado do Mato Grosso do Sul ficam em torno de 200 e 600m.
A região do planalto da bacia do Paraná ocupa toda a porção Leste do Estado do Mato Grosso do Sul. Essa região constitui a projeção do planalto Meridional, uma grande unidade de relevo que domina a região Sul do país. A região do planalto da bacia do Paraná apresenta extensas superfícies planas, convém ressaltar que a altitude média dessa região gira em torno dos 400m a 1.000 metros de altitude.
A região da baixada do rio Paraguai domina a região Oeste do Estado do Mato Grosso do Sul, com rupturas de declives ou relevos residuais, representados por escarpas (ladeiras íngremes) e morrarias (série de morros). Sua maior porção é formada por uma planície aluvial sujeita a inundações periódicas, a planície do Pantanal, cujas altitudes oscilam entre 100 e 200 metros. Em meio à planície do Pantanal ocorrem alguns maciços isolados, como o de Urucum, com 1.160 metros de altitude, próximo à cidade de Corumbá.
Referencias:
Martinelli, M. Relevo do Estado de São Paulo. Confins Online, 2009. Disponível em: http://journals.openedition.org/confins/6168. Acesso em 22 de dezembro de 2017.
ROSS, J. L. S. Relevo brasileiro: planaltos, planícies e depressões. In: CARLOS, A. F. A. (org.). Novos caminhos da geografia, São Paulo, Contexto, 1999.
SILVA, A. J.P, LOPES, R. C., VANSCONCELOS, A. M., BAHIA, R. B. C. Bacias Sedimentares Paleozóicas e Meso-Cenozóicas Interiores. In: Geologia, Tectonica e Recursos Minerais do Brasil. Org: L. A. Bizzi, C. Schobbenhaus, R. M. Vidotti e J. H. Gonçalves. CPRM, 2003. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/media/recursos_minerais/livro_geo_tec_rm/capII.pdf. Acesso em 05 de fevereiro de 2018.