Na região oeste de Minas Gerais se encontra o Parque da Serra da Canastra, que é representado por um arcabouço meso-neoproterozóico, constituído por rochas metassedimentares. Rochas arqueanas, integrando também a faixa de Dobramento Brasília, durante o Ciclo Brasiliano, em torno de 620-490 milhões de anos, indo em direção de oeste para leste, em direção ao Cráton São Francisco. Na região, ocorrem quartzitos finos com intercalações submétricas, com um grande domínio marcado estruturalmente por forte movimento tectônico, como dobramentos apertados, mostrando vergência para o interior do cráton. Sendo assim, o relevo acidentado e a vegetação rasteira, produzem uma paisagem única e panorâmica.
O Parque Nacional da Serra da Canastra, situado na porção sudeste do estado de Minas Gerais, nos municípios de São Roque de Minas, Delfinópolis e Sacramento, apresenta apenas 71.525 hectares com altitudes entre 800 a 1400 metros, com a altura máxima de 1496 metros na Serra Brava. O previsto inicialmente era em torno de 200 mil hectares. Deste modo, existe o conflito na região, por conta de o IBAMA procurar desapropriar o restante da área que era originalmente prevista para o parque. Criado em 3 de abril de 1972, é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A implantação do Parque Nacional foi traumática para a região, por conta das dezenas de fazendas que foram desapropriadas, sendo necessário a força da polícia Federal e até hoje, alguns fazendeiros discutem na justiça por indenizações.
O objetivo da criação do Parque Nacional da Serra da Canastra se dá por conta das nascentes do Rio São Francisco. Algumas delas ocorrem no imenso chapadão, conhecido pela forma de baú, ou canastra, que é considerado o maior rio, totalmente brasileiro, tendo uma extensão de aproximadamente 2700 quilômetros. Porém, descobriu-se em 2002 que a nascente do rio São Francisco é na verdade no Rio Samburá, que se localiza em Medeiros, no estado de Minas Gerais, logo a nascente histórica é na Serra da Canastra e a nascente geográfica é o Rio Samburá.
O Rio São Francisco possui grande importância, principalmente para a região nordestina do Brasil, sendo um rio perene, que não desaparece nos períodos de secas, e possui em torno de 8% do território brasileiro, fazendo parte de 5 estados e 521 municípios.
Além disso, o Parque protege a vegetação entre a Mata Atlântica e o Cerrado. As principais fitofisionomias encontradas são as florestas mesófilas de encosta, cerradão, cerrado, capões, campo limpo e campo rupestre. A grande maioria do Parque é coberta por vegetação campestre, por campos limpos e campos rupestres, com altos índices de endemismo. Na Serra da Canastra foram estabelecidos 17 locais de endemismo, de acordo om 45 espécies, já no cerrado e as matas de encosta ocorrem uma menor escala, comparados com as formações campestres, porém ainda possui espécies endêmicas de grande importância. As florestas ao longo ao curso do rio formam matas de galerias.
Os Campos de Altitudes abrigam espécies principalmente do bioma Cerrado, como o lobo guará e tamanduá-bandeira. As temperaturas são amenas, com medias de 17°C no inverno e 23°C no verão, tendo o indicie pluviométrico anual variando de 1.300 a 1.700 milímetros, com as chuvas concentradas no verão, nos meses de dezembro a fevereiro.
Bibliografia:
https://www.scielo.br/j/rbb/a/LNrt5P8nk43nYZ9FtKF4vYj/?format=pdf&lang=pt
https://www.serradacanastra.com.br/atracoes/parque-nacional
http://marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2002/11.20.18.39/doc/03_396.pdf