Quando se fala em PIB, trata-se do Produto Interno Bruto de um país, ou seja, uma estimativa acerca de todas as riquezas (bens e serviços) que foram produzidos internamente durante um determinado período (pode ser de alguns meses ou de um ano). Ou seja, é um número que pode variar de um período para outro. Também existe uma PIB oriundo das cidades e dos estados, mas, o mais comum, é aquele relacionado ao país inteiro.
Como todos os países do mundo realizam o cálculo do seu PIB, pode-se comparar o crescimento econômico dessas nações durante os mesmos períodos ou em diferentes períodos históricos.
Também é possível, graças ao registro das variações do PIB através do tempo, comparar o crescimento de um mesmo país, em diferentes momentos da sua própria história. No caso do Brasil, quem realiza esse cálculo, é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O IBGE ressalta que a análise do PIB não engloba a outros fatores como a distribuição da renda e das riquezas internas de um país entre a sua população, e também não analisa outros fatores, como educação, saúde e qualidade de vida das pessoas. Dessa maneira, um PIB elevado em determinada nação não significa necessariamente que em seu interior exista um bom IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ou mesmo uma distribuição da renda.
Dito isso, observe abaixo, uma tabela que contém a evolução e as variações históricas do PIB brasileiro, de meados da década de 1990 até 2022:
No segundo trimestre de 2022, ocorreu um crescimento do PIB para 2,6 o que se aproxima muito da previsão (ou projeção) da SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia, feita com base em resultados de pesquisas mensais, e que aponta um crescimento para 2,7. A alta se deveu ao impulso gerado pelo setor de serviços e ao retorno da normalidade no mercado de trabalho, que se encontrava grandemente paralisado em 2020, em decorrência do estado de quarentena imposto pelos governos, com a finalidade de frear a disseminação da pandemia do Novo Coronavírus. Concomitantemente, a previsão é que, o PIB de 2023 seja menor, alcançando 2,1%.
Observe a tabela abaixo, construída com dados coletados do IBGE, que ajudarão na compreensão, através dos números, dos vários avanços e recuos, que o PIB brasileiro registrou através dos anos:
ANO | Variação do PIB (%) | ANO | Variação do PIB (%) |
1996 | 2,2 | 2010 | 7,5 |
1997 | 3,4 | 2011 | 4,0 |
1998 | 0,3 | 2012 | 1,9 |
1999 | 0,5 | 2013 | 3,0 |
2000 | 4,4 | 2014 | 0,5 |
2001 | 1,4 | 2015 | -3,5 |
2002 | 3,1 | 2016 | -3,3 |
2003 | 1,1 | 2017 | 1,3 |
2004 | 5,8 | 2018 | 1,8 |
2005 | 3,2 | 2019 | 1,2 |
2006 | 4,0 | 2020 | -3,9 |
2007 | 6,1 | 2021 | 4,6 |
2008 | 5,1 | 2022 | 2,6 |
2009 | -0,1 | 2023 | - |
Como podemos observar, o PIB já sofreu enormes variações com o passar do tempo. Em 2010, no final do segundo mandato do ex-presidente Lula, como aponta o historiador britânico Perry Anderson, enquanto o mundo ainda enfrentava as consequências da crise financeira de 2008, o Brasil conseguiu obter um crescimento de 7,5, considerado como muito expressivo.
Mas, ao comparamos os resultados de 2010, com o desempenho do PIB nos anos seguintes, veremos que ocorreram grandes quedas. Isso se deve, entre outros fatores, a questões externas: o preço das matérias primas exportadas pelo Brasil, sofreu enorme queda.
O historiador aponta que, entre 2005 e 2011, o crescimento da China em particular, mas também de outros países, fez com que a demanda por matérias primas no mercado internacional, como o minério de ferro, soja e petróleo, produzidos pelo Brasil, crescessem muito, o que levou a elevação de seus preços. Contudo, a partir de 2011 para frente, o preço de tais produtos caíram. Anderson cita o exemplo do minério de ferro, cujo preço, no período de valorização estava em torno de 180 dólares por tonelada, mas que posteriormente caiu para 55.
Da mesma forma, os impactos da pandemia, somados a outros fatores, influenciaram na brusca queda do PIB em 2020, da mesma forma como a normalização das atividades econômicas posteriormente, levaram a sua subida.
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Referências:
IBGE. Produto Interno Bruto – PIB. IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php ( Acessado dia: 22/11/2022).
IBGE. Evolução da taxa de crescimento do PIB brasileiro. IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9300-contas-nacionais-trimestrais.html?=&t=series-historicas&utm_source=landing&utm_medium=explica&utm_campaign=pib#evolucao-taxa ( Acessado dia: 22/11/2022).
GOV. Ministério da Economia. Boletim Macrofiscal da SPE aponta crescimento do PIB brasileiro em 2,7% em 2022. GOV. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2022/novembro/boletim-macrofiscal-da-spe-confirma-crescimento-do-pib-brasileiro-em-2-7-em-2022 ( Acessado dia: 22/11/2022).
GOV. AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Em 2016, PIB chega a R$ 6,3 trilhões e cai 3,3% em volume. GOV. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/22936-em-2016-pib-chega-a-r-6-3-trilhoes-e-cai-3-3-em-volume ( Acessado dia: 22/11/2022).
ANDERSON, Perry. Brasil à parte: 1964 – 2019. São Paulo: Boitempo, 2020.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/taxa-de-crescimento-do-pib-brasileiro/