Tigres Asiáticos é uma denominação utilizada para qualificar um grupo de países da Ásia, que apresentaram significativo desenvolvimento econômico à partir da década de 1970. São eles: Taiwan, Cingapura, Coreia do Sul e Hong Kong.
A expressão “tigre” faz referência aos atributos deste animal originário da Ásia, que associados à figura dos países, buscam simbolizar a sagacidade, agilidade e vigor com que estes atingiram, elevados níveis de desenvolvimento industrial, econômico e social.
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Investimento japonês
Na década de 1970, o Japão se destacava pela incrível recuperação econômica e o marcante protagonismo industrial e tecnológico. Nesse período, com o intuito de expandir suas fronteiras econômicas e ampliar a produção, as grandes empresas do Japão passaram a construir e operar unidades industriais em Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Cingapura. Estas nações, em razão do extraordinário desenvolvimento, passaram a ser chamadas de “Tigres Asiáticos”.
Embora diversos países tenham se industrializado no mesmo período – como o Brasil ou a Argentina – essas regiões se destacaram por conta da singularidade com que a industrialização ocorreu em seus territórios. As empresas que ali se instalaram em conjunto com as companhias locais, estruturaram um organização industrial voltada essencialmente ao comércio exterior.
Características dos Tigres Asiáticos
Determinadas características comuns aos Tigres Asiáticos fundamentam seu triunfo econômico. Vejamos:
- Significativo apoio dos governos para a criação de infraestrutura de apoio a produção (energia, redes de transporte e comunicação)
- Política estatal de incentivo à atração de empresas multinacionais. Estas tiveram papel essencial no investimento produtivo, especialmente no início do processo de industrialização.
- Mão-de-obra barata e qualificada. O maciço investimento público em educação e treinamento profissional, criou uma massa de trabalhadores qualificados e com salários reduzidos – se comparados aos pagos nos países europeus e nos Estados Unidos.
- Além de instruídos, os trabalhadores destes países, ficaram conhecidos por serem extremamente disciplinados e engajados em suas funções. Atributos originados da influência cultural japonesa.
Crescimento econômico e autonomia
A exportação de produtos com alto valor agregado – produtos eletrônicos, tecnológicos, automóveis – proporcionaram, no decorrer dos anos, que os Tigres Asiáticos também pudessem acumular capital. Era apenas o que faltava para o fortalecimento e ampliação das empresas locais. A Coreia do Sul é, com certeza, entre as nações do grupo a que alcançou maior emancipação e autonomia econômicas.
A relação de dependência dos investimentos externos – que ocorreu no início do crescimento econômico desses países – então se enfraquece. O fortalecimento dos grupos econômico-financeiro do próprio país, passam a necessitar expandir suas áreas de aplicação do capital para além de suas fronteiras.
Uma das estratégias utilizadas foi a escolha de países vizinhos, que possuíam até então, economias tradicionais e agrárias. Países estes que viram mais tarde a ser conhecidos como Novos Tigres Asiáticos ou Tigres de Segunda Geração.
Novos Tigres Asiáticos
Tailândia, Filipinas, Indonésia e Malásia, ficaram conhecidos como “Novos Tigres Asiáticos” especialmente à partir dos anos 2000. Esses países embora tenham experimentado um crescimento expressivo na atividade industrial, apresentam características que os diferenciam muito dos Tigres de primeira geração.
Os também denominados Novos Países Industrializados – NPIs, estão subordinados economicamente aos países investidores. Além disso, o desenvolvimento econômico não foi acompanhado pelo progresso nas áreas sociais, como ocorreu com a primeira geração dos Tigres Asiáticos. Ao contrário, a desigualdade social, nos Novos Tigres Asiáticos foi intensificada após a expansão econômico-industrial.
Bibliografia:
Expedições Geográficas – 9°Ano- Melhem e Sérgio Adas – São Paulo: Editora Moderna, 2015
http://www.coolgeography.co.uk/A-level/AQA/Year%2013/Development%20&%20Globalisation/NICs/NICs.htm
Estudos Asiáticos no Brasil: contexto e desafios: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292005000200001