Trópico de Câncer é um paralelo – ou seja, uma linha imaginária – que faz a delimitação entre a zona equatorial norte e subequatorial norte. Situa-se ao norte quando em referência à linha do equador. O trópico de câncer configura a declinação da elíptica solar mais setentrional. A linha está cartograficamente localizada na latitude 23° 26′ 12" Norte.
O trópico de Câncer corta três continentes e 17 nações: Níger, Mali, Líbia, Mauritânia, Egito, Chade, Argélia (África), Taiwan, Omã, Mianmar, Índia, Emirados Árabes Unidos, China, Bangladesh, Arábia Saudita (Ásia), Estados Unidos, México e Bahamas (América do Norte).
Palavras como “paralelo”, “declinação elíptica” ou “setentrional” parecem muito difíceis de compreender sem o auxílio de um mapa. O mais importante, neste caso, é entender como são representadas estas linhas e a sua função. Simplificando, tanto a paralela do trópico de Câncer como do equador são apresentadas por aquelas linhas ao redor dos continentes e países que cortam o mapa na horizontal.
A função destas linhas cartográficas é de demarcar as zonas climáticas terrestres conforme recebem radiação do Sol no período de um ano. Assim, pode-se informar com exatidão quais faixas intertropicais estão sob maior incidência da luz solar em relação às subtropicais. É isso que torna, geralmente, uma região mais “quente” do que a outra.
Neste sentido, são guias de atalho para a definição e previsões do tempo no campo da meteorologia, além de servirem como indicadores relacionados aos fusos. No passado, apesar destas linhas ainda não existirem, estavam presentes no arcabouço marítimo utilizado pelos grandes navegadores de maneira intuitiva.
Para compreender de maneira simples o conceito relacionado aos trópicos de Capricórnio e de Câncer, deve-se considerar o posicionamento do zênite (ponto de referência para observar o céu) em relação ao Sol. Nas regiões terrestres demarcadas com exatidão sobre os trópicos de Capricórnio e de Câncer ocorrem ao menos uma vez por ano um momento no qual o Sol se apresenta em seu completo zênite. Este fenômeno acontece no solstício de verão do hemisfério em questão.
Nesta ocasião, a sombra de qualquer objeto apresenta exatidão em sua delimitação. Esta ocorrência se dá ao meio-dia, alterando neste horário em função do posicionamento relativo do lugar em que está seu fuso horário.
Nas posições terrestres que ficam entre os trópicos de Capricórnio e de Câncer ocorre uma ocasião, dois dias ao ano, na mesma condição de sombra completa sobre a delimitação dos objetos, causada pelo “sol a pino”. Na linha do Equador, estes dois momentos datam nos equinócios (20 e 21 de março ou 22 e 23 de setembro), distinguidos entre si por aproximadamente seis meses.
Conforme as latitudes distanciam-se do Equador, a distinção entre as datas referentes aos dois zênites do Sol vai gradualmente diminuindo desde seis meses no Equador até data única sobre os trópicos nas latitudes 23°26’14" Norte e 23°26’14" Sul. Na linha norte referente ao Trópico de Câncer e sul do de Capricórnio o Sol nunca fica em seu zênite.
Graças aos solstícios e equinócios, o Sol incide sua radiação de formas diferentes ao longo do ano. Em alguns períodos, ele está mais inclinado para o norte, em outros, para o sul, havendo também as épocas em que os dois hemisférios são igualmente iluminados.
O trópico de Câncer, assim como o trópico de Capricórnio, apresenta latitude (motivo da inclinação do eixo da Terra relacionado à eclíptica) de 23°26'16" com variações. A variante cíclica apresenta uma complexa equação, com período indicado em 41 mil anos, sendo que esta inclinação altera-se entre 22,1° e 24,5°.
Segundo últimas indicações geográficas, a inclinação apresenta redução de 0,47" anual. De outro modo, uma característica que tem influência nesse tipo de inclinação é a nutação, variação do ângulo 9,21" dentro de um ciclo de aproximadamente 18 anos.
Tanto o trópico de Câncer como o de Capricórnio possuem a mesma latitude. Entretanto, ocorrem em diferentes hemisférios. Isso significa que os dois localizam-se sob a mesma distância em relação à Linha do Equador, que faz a demarcação da Terra em sua metade.