Vegetação da América do Sul

Por João Marcelo Vela

Mestrado em Geografia (UFSC, 2015)
Graduação em Geografia (UFSC, 2012)

Categorias: América
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O clima é o principal fator para determinar a formação vegetal de uma porção do globo. A América do Sul possui um extenso território e orientação latitudinal (no sentido sul-norte), além de um relevo acidentado e, por esses motivos, apresenta climas variados. Portanto, originam-se diferentes formações vegetais em todo o território sul-americano.

É importante perceber que a vegetação não é estática e que existem áreas de transição entre diferentes vegetações.

As formações vegetais de clima tropical são encontradas no norte da América do Sul, principalmente nas partes de baixa altitude. A vegetação da savana tropical é encontrada ao norte e centro da Venezuela, litoral do Equador, centro oeste e parte do nordeste brasileiro, em pequenos enclaves cercados pela floresta amazônica, no norte do Brasil. Essa vegetação caracteriza-se por uma formação de campos cobertos por gramíneas com árvores de pequeno porte e arbustos espaçados na paisagem. A floresta tropical pode ser encontrada no norte do Brasil, sul da Venezuela, sul, centro e norte da Colômbia e centro da Bolívia, formando a floresta amazônica, além do litoral sudeste e sul do Brasil, constituindo a mata atlântica. Forma florestas ombrófilas (extremamente densas), com folhas largas (latifoliadas), necessita de bastante umidade e não perde as folhas (perenifólia). As copas formam um dossel, que permite apenas 1% de insolação do solo, e divide-se em três nichos: o superior, de 50 a 60 metros, o médio, mais denso e com arvores entre 20 e 40 metros, e o inferior, de cinco a 15 metros. A floresta sazonal e complexos arbustivos é uma vegetação variada que ocorre na borda sul da floresta amazônica, oeste do Brasil e Bolívia, Paraguai e norte da Argentina, e no semiárido nordestino, no Brasil. Possuindo um clima com duas estações, uma seca e outra chuvosa, essa vegetação possui árvores espaçadas, com as copas em forma de guarda-chuvas virados para cima, em algumas localidades, e arvores xerófitas, adaptadas à seca, em outras. A paisagem muda dependendo da estação e são exemplos: a caatinga, no nordeste do Brasil, e o chaco, na Argentina e Paraguai.

As vegetações de climas mesotérmicos aparecem no sul do Brasil, nordeste da Argentina e na porção central e sul do Chile. Os campos estão presentes no sul do Brasil e norte da Argentina, apresentando apenas gramíneas baixas e árvores latifoliadas que aparecem no leito dos rios. A floresta de latitudes médias, ombrófila mista, é encontrada no planalto sul do Brasil (mata de araucárias), no sul do Chile, e em altitudes médias nos Andes tropicais. Ela é composta por árvores tanto aciculifoliadas, com folhas em forma de agulha, quanto por latifoliadas. A dominância se dá pela temperatura do local: as mais baixas favorecem as aciculifoliadas, enquanto temperaturas mais elevadas favorecem as latifoliadas. A porção central do Chile é dominada pela vegetação mediterrânea, onde observamos arbustos com raízes profundas e ramos retorcidos, além de pequenas árvores bem espaçadas.

As vegetações de clima seco são encontradas na Patagônia argentina, norte do Chile e litoral do Peru. A vegetação de desertos quentes, no norte da Patagônia, na Argentina, norte do Chile, e litoral do Peru, varia de quase nenhuma a arbustos xerófitos, adaptados ao clima seco, e cactos. O sul da Patagônia argentina apresenta uma vegetação de deserto frio, onde encontramos pequenos arbustos e uma vegetação formada por líquens e musgos, além de gramíneas de baixa estatura. A tundra alpina domina toda a cadeia dos Andes, e é formada por pequenas herbáceas, musgos e arbustos raquíticos.

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Fonte:

CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: Uma introdução a. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Francisco Mendonça.

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