As espécies da flora não estão distribuídas ao acaso, mas sim agrupadas em formações vegetais em equilíbrio com o solo, clima, além de contar com a concorrência de ações por parte da sociedade humana. Assim, vegetação é a forma de agrupamento das espécies vegetais em consonância com o ambiente, incluindo a participação da ação do homem na sucessão de seus modos de produção (MARTINELLI, 2010).
A vegetação de Goiás é dominada pelo Cerrado em seu território, com árvores e arbustos de galhos tortuosos, cascas grossas, folhas cobertas por pelos e raízes muito profundas. O Cerrado, originalmente, cobria em torno de 70% do território goiano. O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e da América do Sul, depois da Amazônia e concentra nada menos que 1/3 da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais. A flora do cerrado é considerada a mais rica savana do mundo e estima-se que entre 4.000 a 7.000 espécies habitam esta região.
Embora, originalmente, no Estado de Goiás a vegetação típica do Cerrado fosse predominante, convém destacar que no Estado, havia também a presença de uma pequena parcela, ao norte do Estado, de vegetação típica de Floresta Atlântica, cobrindo áreas de margens de rios e de serras. Assim, temos no Estado de Goiás a presença das seguintes vegetações:
- Floresta Estacional Decidual;
- Floresta Estacional Semidecidual;
- Cerrado;
A Floresta Estacional Decidual é também chamada de Floresta Estacional Caducidófila, conforme dito anteriormente, um tipo de vegetação do bioma Mata Atlântica, também presente no Cerrado em algumas áreas. Devemos destacar que esse ecossistema é caracterizado por duas estações, uma seca e outra chuvosa, aspecto típico das regiões centrais do Brasil, a primeira mais prolongada, ao contrário da floresta tropical que não mantém estação seca.
A floresta estacional semidecidual é típica do Brasil Central e condicionada a dupla estacionalidade climática: uma estação com chuvas intensas de verão, seguidas por um período de estiagem. Esse ecossistema é constituído por fanerófitos com gemas foliares protegidas da seca por escamas (catáfilos ou pelos), tendo folhas adultas esclerófilas ou membranáceas deciduais. O grau de decidualidade, ou seja, a perda das folhas é dependente da intensidade e duração de basicamente duas razões: as temperaturas mínimas máximas e a deficiência do balanço hídrico (PEREIRA et al., 2011).
Por fim, o cerrado se caracteriza por uma vegetação campestre, com árvores e arbustos esparsos, útil à criação extensiva do gado, por ser uma vegetação de campos naturais, em espécie vegetal dos diferentes tipos de cerrado. Devemos destacar que a projeção do Estado de Goiás no cenário agropecuário do Brasil deve-se particularmente ao domínio tecnológico do ecossistema dos cerrados. Com a adequada correção dos solos e a consequente inserção dos campos de cerrado no processo produtivo, a agricultura no Estado deu um salto rumo ao desenvolvimento – quer pelo plantio de culturas anuais quer pelo plantio de pastagens, isto contribuiu para o aumento do desmatamento de grandes áreas de vegetação nativa.
Referencias:
IBGE. Mapa de Biomas e de Vegetação. 2004. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm. Acesso em 07 de fevereiro de 2018.
MARTINELLI, Marcelo. Estado de São Paulo: aspectos da natureza. Confins Online, 2010. Disponível em: http://journals.openedition.org/confins/6557 – Acesso em 20 de dezembro de 2017.
PEREIRA, B. A., VENTUROLI, F., CARVALHO, F. A. Florestas Estacionais no Cerrado: Uma visão geral. Revista de Pesquisa Agropecuária Tropical. UFG: Goiania. V. 41, n.3, 2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pat/v41n3/a19v41n3.pdf. Acesso em 17 de fevereiro de 2018.