Santa Catarina é o Estado que possui a maior cobertura vegetal nativa do Sul do Brasil, apesar de todo o desmatamento pela questão da agropecuária e extrativismo, em conjunto com a expansão urbana no litoral catarinense. A vegetação nativa que ainda resta aproxima-se de 14%, devido ao alto grau de devastação e fragmentação de sua vegetação.
Ao levar em conta a especificidade catarinense, sua localização geográfica, o tipo de clima, o relevo e aos diferentes tipos de solo que Santa Catarina apresenta, é possível encontrar múltiplas paisagens e enorme diversidade na formação vegetal nativa. Sendo dividida em cinco categorias:
Vegetação Litorânea: Estende-se no Litoral Atlântico, formada por mangues, dunas e restingas. Representa, originalmente 2,1% da área do estado, sendo uma vegetação de intensa devastação devido às ações antrópicas que majoritariamente se estabelecem na faixa litorânea.
Os mangues são terrenos lodosos e baixos, formados pela deposição de sedimentos, como argila e matéria orgânica, sujeitos a inundação pelas marés. São de extrema importância para manutenção e reprodução da vida marinha, encontrando-se especialmente em bacias e estuários de rios. No litoral estende-se desde o Norte até as proximidades de Laguna, onde o litoral deixa de ser recortado.
As restingas são cordões de areia e sal depositados pelo ar paralelamente a costa, podendo isolar uma laguna. Sua vegetação é composta por gramíneas e arbustos, encontrando-se em faixas descontínuas ao longo da costa.
Mata Tropical Atlântica: também conhecida como Floresta Atlântica, Floresta Latifoliada ou Floresta Ombrófila Densa, concentra-se nas planícies e Serras da costa catarinense recebe influência marítima (com elevada umidade e menor amplitude térmica) e é formada por vegetação de grande porte e heterogênea. Sua vegetação cobria originalmente 32,9% do território catarinense, restando cerca de 22% é a maior extensão de área coberta por floresta no estado.
Floresta de Araucárias: também conhecida como Floresta Ombrófila Mista ou Floresta Sciculifoliada. Possuindo a Araucária como principal espécie, essa vegetação é visível no Planalto Serrano e Oeste catarinenses, característica de clima de maior amenidade, com vegetação aciculifoliada e homogênea. Originalmente a vegetação cobria 40% do territórios, no entanto foi alvo de intensa exploração madeireira e passa por uma situação crítica, restando apenas 5% da área original em remanescentes isolados.
Floresta subtropical: também conhecida como Floresta Estacional Decidual e Semidecídua – espécies cujas folhas caem no outono e inverno, mas com numerosas espécies permanentes. Típica das regiões localizadas próximas ao rio Uruguai, correspondiam a 9,6% da cobertura vegetal nativa e atualmente é praticamente extinta devido a agricultura intensa no planalto.
Campos: Constituído por vegetação variada, em principal matas galerias e os capões, são visíveis especialmente no planalto serrano e ocupava 15% da vegetação catarinense. Com vegetação baixa, gramíneas e herbáceas, apresentou espaço favorável a pecuária extensiva, exercendo influência na economia regional.
Referencial bibliográfico:
PERON, André; MAAR, Alexander; NETTO, Fernando Del Prá. Santa Catarina: História, Espaço Geográfico e Meio Ambiente. Florianópolis: Insular, 2009.