Vegetação do Rio Grande do Norte

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

A vegetação do Rio Grande do Norte é marcada pelo fim da floresta tropical na faixa leste do território brasileiro. Tal vegetação ocupa uma pequena porção do estado, marcando a separação entre a zona úmida e o sertão. Junto à costa, aparecem a vegetação litorânea e os manguezais. Mas, na maior da parte do estado, o que predomina mesmo é a caatinga com destaque para a região do Seridó, onde suas espécies apresentam feições subdesérticas.

Na costa potiguar, vegetações de dunas e restingas se distribuem pelo litoral do estado. São espécies herbáceas e pequenos arbustos que são influenciados diretamente pela salinidade e pelos ventos intensos que sopram na região. Além da vegetação litorânea, manguezais aparecem junto aos estuários dos rios que desembocam no Oceano Atlântico. Os mangues se caracterizam pelo desenvolvimento em solo lodoso e recebem influência das marés. Nas margens destes rios estão presentes florestas subperenifólias, densas e sob impacto dos lençóis subterrâneos e das águas dos próprios rios – por mais que chova bastante em sua área de ocorrência.

Mais ao interior do continente, o cerrado surge junto aos tabuleiros costeiros que formam a faixa mais próxima ao litoral. Este tipo vegetal, muito presente no interior do Brasil, se caracteriza pelos arbustos isolados com galhos retorcidos e circundados por algumas espécies de gramíneas. Logo na sequência do cerrado, surgem as florestas tropicais subcaducifólias que marcam a divisão entre a porção úmida e o sertão potiguar. Nesta área há a ocorrência tanto de espécies da Mata Atlântica como também da caatinga. Além de sua pequena, mas importante concentração no leste do território, as florestas subcadufólias também são vistas no topo e nas encostas das serras que permeiam o interior do estado.

A maior parte do território potiguar, entretanto, é marcada pela presença da caatinga. Suas espécies se caracterizam pela fácil adaptação à escassez de água, podendo ser classificadas em hipoxerófilas ou hiperxerófilas, conforme a disponibilidade hídrica para cada uma. As primeiras recobrem boa parte do centro-sul do Rio Grande do Norte, excluindo-se a região do Seridó. Suas espécies, geralmente arbustivas, ficam sem folhagem durante toda a estação seca e possuem dificuldade de penetração em função de sua densidade.

Por outro lado, a caatinga hiperxerófila se perfaz pelo estado em três diferentes tipos: arbustivo-arbórea, subdesértica e a de floresta ciliar. A primeira é facilmente encontrada no norte potiguar, sendo muita densa e de estrutura irregular – ainda assim, permanece sem folhas durante boa parte da estação seca. Já a caatinga subdesértica dispõe-se pela região do Seridó, no sul do estado, onde se dispersa em forma de tapetes bastante densos. Por fim, nas proximidades dos rios da região norte, a caatinga hiperxerófila é encontrada na forma de carnaúbas, que predominam junto a outras espécies da floresta ciliar. Durante a estação seca, sua sustentação ocorre graças ao lençol freático.

A fim de preservar e conservar o patrimônio vegetal, o estado conta com 13 Unidades de Conservação (UC), sendo oito estaduais e cinco federais. São 238 mil hectares apenas entre as UC’s estaduais, representando 4,5% do território potiguar. A maior parte destas unidades se volta à preservação dos ecossistemas marinho e costeiro. Destacam-se os parques estaduais Dunas de Natal e Mata da Pipa, responsáveis pela defesa da biota costeira e marinha, e os parques Estadual Florêncio Luciano e Nacional Furna Feia, cujas ações visam à guarda da caatinga. O estado conta também com uma UC insular, a Reserva Biológica Atol das Rocas, próxima a Fernando de Noronha e referência na pesquisa acerca da vida marinha.

Referências bibliográficas:

ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2015.

IDEMA. Disponível em: <http://www.idema.rn.gov.br/>. Acesso em: 24 de agosto de 2016.

OBSERVATÓRIO de Unidades de Conservação. Disponível em: <http://observatorio.wwf.org.br/>. Acesso em: 25 de agosto de 2016.

SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante: geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo: Moderna, 2008.

UNIDADES Estaduais de Conservação Ambiental do RN. Disponível em: <http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=334&ACT=&PAGE=0&PARM=&LBL=Unidades+de+Conserva%E7%E3o>. Acesso em: 25 de agosto de 2016.

UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina – Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais: 1991 a 2012. 2 ed. Vol. Rio Grande do Norte. Florianópolis: CEPED UFSC, 2013. Disponível em: <http://150.162.127.14:8080/atlas/Atlas%20Rio%20Grande%20do%20Norte%202.pdf>. Acesso em: 20 de agosto de 2016.

Arquivado em: Rio Grande do Norte
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: