A Bacia de Campos é uma bacia de Margem Passiva com área de aproximadamente 100.000 km². Seus limites se encontram entre o Alto de Vitória, no estado do Espírito Santo, e o Alto de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro.
Possui 1248 poços exploratórios, sendo considerada a maior produtora de petróleo do Brasil, com 59,2% da produção de petróleo em relação a 26,50% na Bacia de Santos e 13,88% nas demais Bacias. Atualmente, são 52 plataformas em operação, com produção de cerca de 1,3 milhão de barris/ dia, o que representa 64% da produção total da Petrobrás no Brasil (dados de outubro/2017).
A Bacia de Campos é privilegiada nas reservas de petróleo devido à sua configuração geológica. Sua evolução tectonoestratigráfica está dividida em Rift (Cretáceo/Aptiano) e Drift, sendo o Drift subdividido em Sag/Transicional (final do Cretáceo/Aptiano), Plataforma Carbonática (Cretácio/Albiano e Cenomaniano), Marinho Transgressivo (Cretácio/Turaniano a Maastrichtiano) e Marinho Regressivo (Paleógeno, Neógeno e Pleistoceno). As rochas que conservam o óleo bruto correspondem a folhetos orgânicos, compostos por arenitos turbidíticos, calcários e coquinhas barremianas.
Em 1974, a Petrobrás identificou o primeiro campo de petróleo com capacidade comercial para a exploração. Chamado de Garoupa, o campo se encontra em águas rasas a aproximadamente 124 m de profundidade. Com as intensificações das pesquisas, em 1975 e 1976, foram descobertos os campos de Namorado (≅ 3000 m) e Enchova (≅110 m), respectivamente.
A década de 1980 foi um período de grandes conquistas para o setor. A Estatal localizou vários campos gigantes em áreas profundas. O campo de Roncador (≅1867 m), Caratinga (≅ 1027 m) e os Complexos de Marlim e Albacora (850 a 2400 m). Anos mais tarde, a Petrobrás mergulha em um novo desafio. A exploração em águas ultraprofundas, que resultou na descoberta de dois campos de grande porte o Jubarte (≅ 1355 m) e o Cachalote, no estado do Espírito Santo.
A lei de 6/8/1997 dispõe sobre a Política Energética Nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo e institui o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). As atividades de exploração e produção de petróleo são realizadas por meio de Rodadas de Licitações, conduzidas pela ANP.
Parte do polígono do pré-sal se encontra na Bacia de Campos. Em 2017, foi descoberto o primeiro acúmulo de petróleo em escala comercial na área de Marlim Sul, com profundidade final de aproximadamente 4.568 m. Essa conquista certifica o potencial de exploração em áreas de bacia maduras, que já apresentam toda infraestrutura necessária para a produção.
Antes da descoberta do pré-sal, a Bacia de Campos apresentava o potencial de produzir cerca de 14 bilhões de barris o que promoveria a autossuficiência do Brasil até 2026. Desse modo, o futuro da Bacia de Campos é promissor, mesmo com a descoberta das reservas de pré-sal.
Bibliografia:
BASTOS, Gabriel. BACIA DE CAMPOS: Sumário Geológico e Setores em Oferta. ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2015.
ANP- Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. JUBARTE (Parque das Baleias), Rio de Janeiro, 2016.
http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/bacias/bacia-de-campos.htm
http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2017/06/bacia-de-campos-tera-quatro-novas-plataformas
http://www.macaeoffshore.com.br/revista/internas.asp?acao=destaque1&edicao=38
http://geofisicabrasil.com/noticias/174-petroleo/887-nova-descobreta-campo-caratinga.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geologia/bacia-de-campos/