A glândula parótida faz parte do conjunto de glândulas salivares pares presente não só em humanos, mas em diversas outras espécies animais. Dentre as três glândulas salivares pares a parótida é a maior delas. Em humanos, as parótidas são caracterizadas por estarem localizadas uma em cada lado da boca, ao lado e abaixo do ouvido. A tradução de seu nome, seria exatamente “ao lado do ouvido”.
Esta glândula tem função de secretar conteúdo salivar através do ducto parótido afim de facilitar a mastigação e a deglutição e também de iniciar a digestão do alimento. Por volta de 25% do volume total de saliva é produzida pela glândula parótida. Através da secreção da enzima alfa-amilase, o conteúdo salivar inicia o processo de digestão, principalmente de amidos, facilitando os processos de quebra e absorção do conteúdo alimentar. Além disso alguns estudos apontam que a enzima alfa-amilase também pode ser um importante mecanismo imunológico, visando impedir a deposição de bactérias na superfície oral.
Durante o desenvolvimento fetal, as glândulas parótidas aparecem por volta do sexto mês e são as principais glândulas a serem primeiramente formadas. Cada glândula é revestida por uma capsula de tecido conjuntivo denso e possui números ductos curtos e estriados e ductos longos e intercalados. Estruturalmente a glândula possui quatro superfícies — superficial ou lateral, superior, anteromedial e posteromedial; três bordas — anterior, medial e posterior; e duas terminações — terminação superior e inferior (ápice).
Além de ser uma das principais glândulas secretoras de alfa-amilase, importante mecanismo de proteção contra bactérias, a glândula que é principalmente drenada pelos vasos linfáticos que desembocam no linfonodo pré-auricular ou linfonodo parótido. Sendo assim é possível que aconteça na glândula algumas infecções por microrganismos patogênicos. A estas infecções e consequente inflamações na parótida, denominam-se ‘parotidites’. A infecção causadora de parotidite mais comum é a caxumba. A ampliação da vacinação contra o vírus causador da caxumba diminuiu consideravelmente os casos de parotidites. Além de vírus, outras infecções como as bacterianas também podem causar parotidites. O fato das infecções causarem inflamação e consequente inchaços nas glândulas é o que causa dor e incomodo aos pacientes.
Além das infeções existem outras patologias relacionadas com as parótidas:
- Pedras salivares: É possível a ocorrência de pedras que obstruem os ductos salivares. Esta obstrução causa grande dor no paciente e a cirurgia para remoção pode ser necessária.
- Câncer e tumores: A maior parte dos tumores na parótida são benignos. O tumor mais comum são os adenomas pleomórficos (70% dos tumores) e tumores de Warthin. O maior marcador destes tumores são os crescimentos anatômicos desta região e consequente dor. É importante ressaltar que este inchaço pode também danificar os nervos faciais que cercam a glândula, devido ao deslocamento e pressão sobre eles. No entanto, apesar de diversas técnicas disponíveis para diagnóstico dos tumores na parótida, ainda é muito difícil a distinção entre tumores malignos e benignos antes que o paciente seja submetido a métodos mais invasivos como a cirurgia. Por isso é importante que mais pesquisas sejam feitas afim de encontrar melhores abordagens e até mesmo técnicas mais sensíveis de diagnóstico para os tumores malignos, afim de se evitar a exposição e a priorizar os casos em que as cirurgias sejam realmente necessárias.
Referências:
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