Ficou conhecido na historiografia brasileira como República Oligárquica o período que se estende do fim da República da Espada ao inicio da Era Vargas (1894-1930). A principal característica desse momento está na elite que domina o poder político e econômico nesse período, e também da nome ao momento – as oligarquias.
A elite oligárquica é composta principalmente por grandes proprietários de terras do sudeste brasileiro (Minas Gerais e São Paulo). Através de seu poderio econômico se mantém no poder político, um grande esquema nacional é responsável por garantir essa manutenção, esquema que envolve políticos e proprietários de terra de todo o Brasil.
O Governo de Prudente de Morais inaugura esse período que durará até a Revolução de 1930 quando Getúlio Vargas aplica um golpe de Estado e não permite a posse do Presidente eleito Julio Prestes.
Ao realizar a Revolução de 1930 Vargas e seus aliados se opuseram ao grande esquema nacional que vigorava e mantinha o sistema do Coronelismo atuante, dando liberdade e poder de mando aos Oligarcas. O poder político e econômico se acumulavam nas mãos dos grandes proprietários de terras que para manter seus privilégios atuavam em acordo conhecido com “Política Café com Leite”, onde havia uma alternância na presidência, hora nas mãos dos Paulistas hora nas mãos do mineiros. A política “café com leite” recebe esse nome pelas produções locais, café em São Paulo e leite em Minas Gerais.
Dentro desse sistema Oligárquico de manutenção de poderes outras estratégias foram comuns. A compra de votos ou “voto de cabresto”, as fraudes e uso de documentação falsa, assim como a adulteração de cédulas garantia a permanência de uma elite nas tramas do poder. O “voto de cabresto” está diretamente ligado à figura dos coronéis que através de violência e opressão garantiam que todos os funcionários e moradores da região de sua influência votassem nos candidatos indicados por eles.
Outra forma de estabelecimento do poder entre os mais abastados foi a Política dos Governadores, onde esquemas entre os governadores de Estados e os Presidentes da República vigoravam para o interesse mútuo. Enquanto os governadores fechavam acordo de garantir a governabilidade dos Presidentes, esses últimos davam apoio, primordialmente durante a campanha, aos governadores que fechassem acordo.
Em uma sociedade onde o poder estava exclusivamente nas mãos dos mais poderosos e em que esses não se excluíam de realizar acordos espúrios para a manutenção de seus status sociais e do poder político, a população insatisfeita se manifestava, única forma de transparecer suas críticas frente ao governo oligárquico.
Portanto, o período da República Oligárquica foi marcado por grandes revoltas e movimentos sociais que transpareciam a insatisfação popular ao sistema imposto por uma elite econômica e política aos demais brasileiros.
As principais revoltas desse período foram:
- Guerra de Canudos (1896 a 1897)
- Revolta da Chibata (1910)
- Guerra do Contestado (1914)
- Revolta da Vacina (1904)
- Coluna Prestes (de 1925 a 1927)
- Cangaço (do final do século XIX até o final da década de 1930).
Bibliografia:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 1995.
LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
ARAÚJO, Bernardo Goytacazes. A Instabilidade Política na Primeira República Brasileira. Juiz de Fora: Ibérica. 2009.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/republica-oligarquica/