Lista de questões de vestibulares sobre a chamada república velha do Brasil. Ler artigo República Velha.
Na década de 1920, política, economia e cultura andaram muito próximas no Brasil e cada uma, a seu modo, propunha mudanças para o país.
Sobre este período, é correto afirmar que:
na política destacou-se o movimento tenentista, que procurava manter a ordem oligárquica através de várias revoltas, apoiando militarmente a República Velha.
a Semana de Arte Moderna, em 1922, procurou evidenciar uma arte com raízes brasileiras e de compromisso com a nacionalidade, tendo expoentes intelectuais como Mário de Andrade e Di Cavalcanti, entre outros.
o Cap. Luís Carlos Prestes organizou uma coluna de combatentes, que percorreu o interior do Brasil em uma longa marcha, pregando a destituição do governo golpista de Getúlio Vargas.
a economia dependia basicamente da exportação do café. No entanto, o mercado internacional não absorvia a superprodução brasileira, quadro agravado com a quebra da Bolsa de Nova York, que paralisou o comércio, afetando profundamente a cafeicultura nacional.
foi notório o processo de industrialização e urbanização do Brasil, o que facilitou a formação de novos grupos sociais, tais como a burguesia industrial, a classe média urbana e o operariado. Os capitais acumulados com a atividade cafeeira foram investidos no setor industrial, cujo marco significativo foi a criação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Tradicionalmente o termo República Velha foi cunhado para identificar o período que vai de 1889 a 1930. Sobre as características deste período e outras questões subjacentes, assinale V (verdadeiro) para as proposições verdadeiras e F (falso) para as falsas.
( ) Os dois primeiros governos da recém inaugurada República brasileira eram militares.
( ) Com o novo regime, surgiram divergências tanto no meio militar quanto no civil. No meio civil, as disputas ocorriam, sobretudo, no campo ideológico entre três correntes: liberalismo, jacobinismo e positivismo.
( ) Pode-se afirmar que os governos do período conhecido como República Velha implementaram medidas sociais de grande alcance, beneficiando a sociedade brasileira como um todo e visando acabar com as desigualdades sociais do país.
( ) O Brasil da chamada República Velha era um país, sobretudo, rural; a agricultura permanecia como principal atividade econômica.
( ) Durante o período denominado República Velha, paulistas e mineiros se alternaram na Presidência da República; este revezamento ficou conhecido como “política do café com leite”.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
F – V – V – F – V
V – V – F – V – V
V – F – F – V – V
V – V – F – V – F
V – V – V – V – V
Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu:
“... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembléias estaduais e federais”. (A crise nacional, 1925.)
De acordo com o texto, o autor:
critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
propõe limites ao federalismo.
defende o regime parlamentarista
critica o poder oligárquico.
defende a supremacia política do sul do país.
O problema central a ser resolvido pelo Novo Regime era a organização de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficiente de estabilidade. O próprio presidente Campos Sales resumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”.
CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).
Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de:
governar com a adesão popular.
atrair o apoio das oligarquias regionais.
conferir maior autonomia às prefeituras
democratizar o poder do governo central.
ampliar a influência da capital no cenário nacional
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que começa a ser construída apenas em 1905, foi criada, ao contrário das outras grandes ferrovias paulistas, para ser uma ferrovia de penetração, buscando novas áreas para a agricultura e povoamento. Até 1890, o café era quem ditava o traçado das ferrovias, que eram vistas apenas como auxiliadoras da produção cafeeira.
CARVALHO, D. F. Café, ferrovias e crescimento populacional: o florescimento da região noroeste paulista. Disponível em: www.historica.arquivoestado.sp.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
Essa nova orientação dada à expansão ferroviária, durante a Primeira República, tinha como objetivo a:
articulação de polos produtores para exportação.
criação de infraestrutura para atividade industrial.
integração de pequenas propriedades policultoras.
valorização das regiões de baixa densidade demográfica
promoção de fluxos migratórios do campo para a cidade
Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).
A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior.
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).
Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:
A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças
As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.
As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas
A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias.
A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.
“Desde o início da República, com as leis referentes a expulsão de estrangeiros, até os anos 20, com a legislação de repressão ao anarquismo e depois ao “bolchevismo”, abrem-se na prática da repressão espaços cada vez mais alargados de arbítrio: a legalidade do aumento da repressão implica uma contrapartida de maior ilegalidade para seu funcionamento. Com cada lei de exceção, eliminam-se progressivamente as liberdades previstas pela Constituição de 1891. E essa prática alcança tal nível de legitimação que o vitorioso movimento contra a oligarquia nos anos 30 não modificará – ao contrário, especializará e intensificará – a repressão contra os mesmo dissidentes perseguidos durante a Primeira República. Sem situá-la numa esteira de precedentes, não há outra maneira de compreender a autorização legislativa para a repressão contra a Aliança Nacional Libertadora (ANL), em 1935, com entusiástico apoio de grupos que lutaram pela constitucionalização em 1932, como o “partido” do Jornal O Estado de São Paulo”. PINHEIRO, Paulo Sérgio. Estratégias da Ilusão. São Paulo: Companhia das Letras, p. 87.
“Desde o início da República, com as leis referentes a expulsão de estrangeiros, até os anos 20, com a legislação de repressão ao anarquismo e depois ao “bolchevismo”, abrem-se na prática da repressão espaços cada vez mais alargados de arbítrio: a legalidade do aumento da repressão implica uma contrapartida de maior ilegalidade para seu funcionamento. Com cada lei de exceção, eliminam-se progressivamente as liberdades previstas pela Constituição de 1891. E essa prática alcança tal nível de legitimação que o vitorioso movimento contra a oligarquia nos anos 30 não modificará – ao contrário, especializará e intensificará – a repressão contra os mesmo dissidentes perseguidos durante a Primeira República. Sem situá-la numa esteira de precedentes, não há outra maneira de compreender a autorização legislativa para a repressão contra a Aliança Nacional Libertadora (ANL), em 1935, com entusiástico apoio de grupos que lutaram pela constitucionalização em 1932, como o “partido” do Jornal O Estado de São Paulo”.
PINHEIRO, Paulo Sérgio. Estratégias da Ilusão. São Paulo: Companhia das Letras, p. 87.
Tendo como referência a informação acima e os registros históricos sobre a história do Brasil, durante a Primeira República, analise as proposições.
I. Com a mudança do regime político ocorrida no Brasil em 1889 houve a revogação de todas as leis de apoio à imigração estrangeira com o objetivo de implementar a mão de obra das populações existentes no país, e evitar o avanço de organizações trabalhistas de base anarquista e socialista trazidas pelos imigrantes europeus. II. Com as leis de exceção, o destino mais comum dos dissidentes, perseguidos durante a Primeira República, era a deportação para zonas de fronteiras nos Estados do Pará e Amazonas. III. Entre as penalidades aplicadas aos dissidentes constavam o desterro, o recolhimento em colônias penais e as expulsões do país. IV. A Aliança Nacional Libertadora foi alvo das leis de exceção por se configurar como um movimento nacionalista de extrema direita, composto por oficiais militares e grandes empresários da época. V. As penas atribuídas aos dissidentes políticos da época eram legais, porém arbitrárias, visto que se tratava de uma punição seletiva contra determinados grupos sociais e políticos, tais como lideranças de trabalhadores, comunistas, anarquistas, mendigos e prostitutas.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
Considere os fragmentos abaixo.
Assinale a alternativa que situa CORRETAMENTE a criação da Guarda Nacional e as razões de sua permanência até a Primeira República.
Em meio às disputas entre Moderados, Exaltados e Restauradores no Rio de Janeiro pelo governo central da Regência, e da ocorrência de revoltas nas províncias, a Guarda Nacional foi constituída pelas elites locais como força repressiva confiável, tornando-se uma das bases do poder local até a chamada República Oligárquica.
Para garantir a ordem e conter as revoltas dos Restauradores partidários do retorno de D. Pedro I, a Guarda Nacional foi constituída para enfrentar as Guardas Municipais formadas por portugueses aliados aos proprietários rurais, o que garantiu um instrumento de repressão eficiente até a Primeira República.
Com o objetivo de substituir as Ordenanças de origem portuguesa, responsáveis pela guarda pessoal do imperador, a Guarda Nacional foi criada de acordo com o modelo francês das milícias de cidadãos, e eram forças responsáveis por proteger pessoalmente os regentes e, posteriormente, os presidentes da República.
De acordo com os interesses dos Moderados, Exaltados e Restauradores, aliados durante todo o Período Regencial para garantir a unidade territorial do país, a Guarda Nacional foi criada para apoiar o Exército na tarefa de garantir a segurança das fronteiras, o que explica a sua atuação durante a República da Espada.
“Naquelas eras faziam os poderosos a justiça a seu modo. Ora pelo bacamarte, ora a cacete, ou por outros processos originais, a mangas de gibão, por exemplo. Eram as mangas de gibão uns vasos de couro de bode bem curtido, de meio metro de comprimento e de cerca de dez centímetros de diâmetro, cosidos com uma delgada correia ou por meio fio de algodão bem encerados com cera de abelha. A uma das extremidades adaptavam um cano de taquara” (PINHEIRO, Irineu. O Cariri. Fortaleza: Edições UFC, 2010, p. 188).
Sobre as práticas políticas no cairiri, nos primeiros anos da República (1889-1930), assinale a única alternativa CORRETA:
A abundância e fertilidade da terra evitou os conflitos entre os proprietários fundiários da região, sendo comum se unirem contra os agressores que vinham de outras regiões;
Em épocas de conflitos por motivos locais, o governo do Estado evitava se envolver, fazendo apenas o papel de árbitro entre os contendores;
Apesar do poderio da terra garantir a exploração da mão-de-obra barata dos despossuídos, para os conflitos armados, os poderosos “coronéis” buscavam força militar nas regiões vizinhas para evitar o desperdício da força de trabalho nas contendas armadas;
Era comum a constituição das comunas caririenses, nos primeiros anos da República. Verdadeiros “feudos” políticos, eram autênticos senhores de poder político e militar baseado principalmente na propriedade da terra;
A eleição de Campos Sales para a presidência do Brasil pôs fim às práticas dos comerciantes e fazendeiros do Cariri auxiliarem seus parentes nas eleições locais e nas lutas armadas.