União Democrática Nacional (UDN)

Por Mayra Poubel

Graduada em História (UFF, 2017)
Mestre em Sociologia e Antropologia (UFRJ, 2012)
Graduada em Ciências Sociais (UERJ, 2009)

Categorias: Brasil Republicano, Era Vargas
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A União Democrática Nacional (UDN) foi um movimento que teve seu início na época do Estado Novo (1937 – 1945), tendo contribuído de forma efetiva para o fim desse regime. A UDN também teve atuação destacada no governo de Getúlio Vargas entre os anos de 1950-1954, ao fazer uma contundente oposição. Além do antigetulismo, foram características marcantes da UDN a defesa do liberalismo e intervencionismo.

Embora a frente política que formava a UDN fosse diversificada, era restrita basicamente à elite. Faziam dela parte:

Ao assumir o cargo de presidente após as eleições de 1950, Vargas sofreu uma forte campanha oposicionista patrocinada, sobretudo, pela UDN, principalmente no que diz respeito às políticas nacionalistas e trabalhistas. A rivalidade entre o grupo nacionalista - liderado por Vargas - e o grupo liberal – encabeçado pela UDN - se intensificou ainda mais devido à questão do petróleo. O primeiro grupo, com o slogan “O petróleo é nosso” defendia que a exploração e também o refino do petróleo fossem feitos pela indústria brasileira. Já o segundo grupo defendia que este processo poderia ser feito pelas empresas estrangeiras que tinham atuação dentro do mercado brasileiro. Nessa disputa, os nacionalistas saíram vitoriosos com a fundação em 3 de outubro de 1953 da Petrobrás, empresa estatal que detinha o monopólio sobre a extração, refino e transporte do petróleo brasileiro.

Um dos principais líderes da UDN foi Carlos Lacerda (1914 – 1977), fundando em 27 de dezembro de 1949 o jornal Tribuna da Imprensa que se tornou símbolo da oposição a Vargas e plataforma para propostas udenistas. Neste periódico tinha repercussão os discursos veementes de Lacerda, marcando o debate crítico ao governo nacional. Esta rivalidade chegou ao ápice quando, na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, Lacerda foi alvejado em Copacabana, no incidente conhecido como “Atentado da Rua Tonelero”, resultando na morte do major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, responsável pela proteção do jornalista. Lacerda afirmou que o então presidente teria ligação com o ocorrido, resultando em um grande golpe no governo de Vargas, que se suicidaria 19 dias depois. A morte de Getúlio reverteu a opinião publica que responsabilizou Lacerda, e consequentemente a UDN, pelo ocorrido.

A história da UDN se relaciona, portanto, a história de Vargas a partir das críticas frequentes a Getúlio e a qualquer coisa que tivesse relação com o presidente como: símbolos, realizações, pregações e o getulismo enquanto forma de governo. Cabe ressaltar, por fim, atitudes antidemocráticas que a UDN teve em algumas conjunturas históricas como: a tentativa de impugnar as eleições de 1950 e 1955 após seus candidatos serem derrotados nas urnas; o posicionamento contrário à posse constitucional do vice-presidente eleito João Goulart na época da renúncia de Jânio Quadros e por fim, o fato de ter sido um dos principais articuladores do golpe de estado de 1964, que instaurou um regime autoritário no Brasil. Uma das medidas desse governo foi a extinção dos partidos políticos - inclusive a UDN - através do Ato Institucional n°2.

Bibliografia:

Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil – George Ermakoff , Casa Editorial, Rio de Janeiro 2012

História: sociedade & cidadania – Edição reformulada, 9° ano / Alfredo Boulos Junior. – 2.ed. – São Paulo: FTD,2012

O tempo da experiência democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964 / organização Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado. – 2° ed. – Ro de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, - (O brasil Republicano; v.3)

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