Atenas

Por Pedro Eurico Rodrigues

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

Categorias: Grécia, Grécia Antiga
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Atenas (nome proveniente da deusa grega Atena) é uma cidade localizada ao sul do território grego e na antiguidade desenvolveu poder na região. Seu solo não muito fértil dificultava o acesso a alimentos como o trigo e a sobrevivência de toda a população. Entretanto, por estar localizada entre colinas, o cultivo de oliveiras e de uvas favoreciam a produção de azeites e vinhos, até hoje parte significativa da culinária grega, que apresenta características mediterrâneas.

Vista do Partenon na Acrópole de Atenas. Foto: Sven Hansche / Shutterstock.com

Um dos primeiros fatores que levaram Atenas a se destacar e conquistar poder foi o Porto de Pireu, que é um dos maiores portos do Mediterrâneo. Foi ele que impulsionou o comércio marítimo possibilitando a ampliação do domínio ateniense no século VIII a.C. Atenas foi uma cidade micênica, ou seja, fez parte da Civilização Micênica, que estava baseada no comércio e que envolvia diversas cidades, no período de 1600 a 1050 a.C., dentre elas Atenas.

Durante o Período Homérico Atenas dominou politicamente a Ática. Os atenienses viviam sob regimes aristocrático e as terras ficavam concentradas em uma parcela pequena da população, os eupátridas. Em contrapartida, a maior parte da população era formada por camponeses e artesãos que tinham dificuldade em sobreviver e que, muitas vezes, por conta disso, acabavam escravizados por causa de dívidas. A escravidão era uma prática comum no mundo antigo. Entretanto não se pode confundir este sistema com o processo de escravidão das populações africanas, intensificadas pelo processo de domínio europeu nas américas e que se caracterizava pela diáspora.

O crescimento de Atenas deveu-se muito a sua localização estratégica para o comércio marítimo. O enriquecimento de comerciantes na região fez crescer o poder político e econômico de Atenas. Por conta disso a aristocracia ateniense viu-se pressionada. A democracia ateniense surgiu como forma de garantir certa participação política dos cidadãos e para que os eupátridas não fossem os únicos a tomar decisões referentes à coisa pública. Este sistema trouxe garantias, mas também incertezas. A solução encontrada foi promover uma estratégia que pudesse afastar aqueles que representavam ameaça a unidade ateniense. O ostracismo era uma forma de exílio que afastava por dez anos os indivíduos considerados perigosos. Esta foi uma estratégia que evitou guerras e conflitos internos.

Atenas passou por diversas guerras e conflitos. No século V a.C. enfrentaram os Persas nas Guerras Médicas, que tentavam invadir o território ateniense. Os persas foram derrotados e Atenas saiu fortalecida e com prestígio na região. A partir disso Atenas passou a ser considerada a cidade de maior importância da Grécia. Em 431 a.C. enfrentou Esparta na Guerra do Peloponeso, conflito que foi registrado e descrito por Tucídedes em “A História da Guerra do Peloponeso”.

Porém não só de guerras e disputas comerciais vivia Atenas. Além de ser o berço da democracia, a forma de desenvolvimento urbano e as atividades intelectuais são até hoje representativas para a história do mundo ocidental. Atenas pode ser considerada como um centro cultural irradiador da estética, da filosofia e da arte para o mundo antigo. Importantes filósofos do período eram atenienses, como Sócrates.

Atenas foi, portanto, um centro artístico, econômico, intelectual e cultural da Grécia Antiga. Sua posição estratégica e sua centralização política levaram ao prestígio e reconhecimento na região. Atenas saiu fragilizada da Guerra do Peloponeso mas ainda assim suas formas de governo, organização social, expressão artística e cultural espalharam-se pelo mundo ocidental.

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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