Campanha de Nacionalização

Por Valquiria Velasco

Graduada em História (UVA-RJ, 2014)

Categorias: Era Vargas
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A Campanha de Nacionalização foi instituída dentro do Estado Novo no governo de Getúlio Vargas, entre os anos de 1937-1945. A proposta principal era construir um país patriota, valorizando a cultura brasileira. O conjuntos de medidas criadas por Vargas na Campanha de Nacionalização eram baseados em ações que ocorreram no cenário mundial sobre governos autoritários e patriotas, os casos mais significativos o nazismo na Alemanha de Hitler e o fascismo da Itália de Mussolini.

Historicamente o Brasil teve influência de outros povos para realizar sua colonização: portugueses, italianos, franceses, alemães, espanhóis, entre outros. O sentimento de ser brasileiro, de pertencer a uma pátria e de possuir uma identidade própria era muito confuso visto de fora e de dentro do país.

Outro problema enfrentado do Vargas era que o antigo regime da República Velha tinha chegado ao seu fim em 1930, pouco tempo comparado com o início da Campanha de Nacionalização em 1937. E durante toda a Primeira República (1889-1930) cada estado tinha uma certa autonomia política liderada pelos seus respectivos fazendeiros, não possuindo referência consolidada de um único país.

Diante dessas circunstâncias Getúlio Vargas inaugura a Campanha de Nacionalização. Seus principais objetivos eram minimizar as comunidades de imigrantes e construir a integração entre os brasileiros.

A primeira fase da campanha foi marcada por reformas no ensino, onde as aulas só poderiam ser lecionadas em português com professores nativos ou naturalizados, os nomes das escolas deveriam também ser em português, existiam disciplinas obrigatórias, como “educação moral e cívica" e "educação física”, ambas selecionadas por professores militares, entre outras reformas.

No ano de 1939, o governo incumbiu o exército de inspecionar comunidades de estrangeiras, proibiu os imigrantes de falarem em público outras línguas que não fosse o português, fechou centros culturais de estrangeiros, censurou programas de rádio e jornais, onde não poderiam falar e escrever em outros idiomas, nomes de centros comerciais e fábricas deveriam ser traduzidos para língua portuguesa, etc.

O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial em 1942, e fez aliança com os seguintes países: Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética. Portanto seus inimigos em comum eram o Eixo: Alemanha, a Itália e o Japão. Como a Campanha Nacionalista estava em prática, medidas mais duras foram tomadas contra os imigrantes que pertencessem à países do Eixo. Entre as ações estavam a proibição de falar outro idioma, o imigrante deveria ter autorização do governo para viajar pelo país, documentos que representavam memórias para os imigrantes foram apreendidos, etc.

Os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul foram colonizados por alemães, em virtude disso o governo realizou represálias nessas regiões. Dentre os alemães uma grande parcela simpatizavam com o nazismo, então dentro do estado do Rio Grande do Sul cerca de 500 pessoas formaram uma associação de apoio a ideologia alemã, o partido nazista no Estado do Rio Grande do Sul. O governo não aprovou tal afronta e tomou medidas para o fim da associação, também ordenou que alemães lutassem na guerra pelo Brasil contra os alemães.

As intervenções de Getúlio Vargas na Campanha de Nacionalização foram relevantes para que existisse a construção da nação brasileira. Já as medidas que tomou contra os imigrantes são justificáveis pelo contexto histórico que o mundo atravessava uma guerra mundial que durou anos.

Referencias bibliográficas:

Gazeta do Povo. Um processo cultural forçado. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/um-processo-cultural-forcado-b73qkcnp9beqib9ifwa8tw95a>.

MELLO, Angelica Maria Ruiz. Efeitos subjetivos da campanha de nacionalização de Getúlio Vargas sobre os descendentes de imigrantes alemães na região de Santa Cruz do Sul, RS. VI SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISADORES DA HISTÓRIA DAS COMUNIDADES TEUTO-BRASILEIRAS, 2002.

MOMBACH, Clarissa. O Governo Vargas e suas implicações na produção literária teuto-brasileira. Revista Eletrônica Literatura e Autoritarismo. Dossiê nº 10, set. de 2012.

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