Durante o Estado Novo (1937-1945), Getúlio Vargas implantou ideias fascistas em seu governo. Entre as medidas desenvolveu um sistema de controle político sobre a propaganda e a imprensa do Brasil. A instituição foi chamada de Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em dezembro de 1939. O objetivo do departamento era censurar principalmente os opositores ao seu governo e promover propagandas favoráveis à sua imagem como presidente, com o propósito de manter o Estado estável.
O DIP era responsável por inspecionar o material de quaisquer meios de comunicação, isso incluiu programas de rádios, jornais, cinemas e revistas do período. A função do departamento era enaltecer as ações do regime varguista e valorizar o sentimento de nacionalismo brasileiro.
No rádio os programas existentes sofriam censura, para serem exibidos. Dentro desse período ocorreu a criação de um programa de rádio obrigatório “A Hora do Brasil”. Como o rádio era o meio de comunicação de massa nessa época, o programa transmitia aos espectadores discursos presidenciais e feitos realizados pelo presidente da República.
Os jornais foram o meio de comunicação que mais sofreram nesse tempo. Para o governo era fundamental que qualquer notícia, coluna ou manchete passasse pela inspeção do DIP. No caso, se o departamento achasse alguma informação comprometedora tinha total autorização do governo para impedir o jornal de receber papel — assim não podendo tramitar a notícia, ou como ação mais drástica poderia fechar a instituição naquele momento. Porém, os jornais que realizavam propaganda positiva ao Estado Novo recebiam em resposta a oferta de fazer campanhas políticas de Vargas, assim lucrando com essa estratégia.
A censura instalou-se também no cinema e teatro, os filmes e peças teatrais deveriam ser autorizadas pelo DIP; caso fossem censuradas o departamento publicaria os mesmos no Diário Oficial. Dessa forma, a população estava sendo informada dos filmes e peças teatrais censuradas, mas caso assistissem poderiam ser punidas.
Para construção de ideologia nacionalista, era necessário introduzir esses valores em brasileiros ainda pequenos. Por isso, nas escolas eram distribuídos materiais didáticos que valorizavam o amor à nação.
Em 1940, o DIP pôde aumentar suas instalações criando uma em cada estado brasileiro. Assim foi fundado o Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda (DEIP), a finalidade era realizar com mais eficácia a censura e levar o figura do “pai dos pobres”, personagem de Getúlio Vargas, para todos os estados.
O ano de 1945 foi muito turbulento politicamente para o país. A Segunda Guerra Mundial estava chegando ao seu fim e o fim do Estado Novo também estava por vir com a proposta de eleições diretas no final desse mesmo ano, por esses motivos não existia explicação plausível para o continuação de uma ditadura. Com a pressão de uma parte da população e também de opositores ao governo de Vargas, o DIP finalizou suas atividades em 25 de maio de 1945.
Referências bibliográficas:
FGV CPDOC. DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/DIP>.
SIQUEIRA. Magno Bissoli. Samba e Identidade Nacional: Das Origens a Era Vargas. São Paulo: UNESP, 2012.
SOUZA, Ronilson de Oliveira. OLIVEIRA VIANA E AS QUESTÕES DA MISCIGENAÇÃO NO BRASIL - a desconstrução dos discursos e ideias que negavam a contribuição do negro e indígena em nosso país. Maranhão: VI Jornada de Políticas Públicas. 2013.
VIANA, Oliveira. Evolução do Povo Brasileiro. 4º ed. Ed. José Olympio. Rio de Janeiro, 1956.