A Comuna de Manaus fez parte da sequência de movimentos tenentistas ocorridos no Brasil, entre os anos de 1920-1930. A primeira das revoltas aconteceu no Rio de Janeiro, com o nome de Revolta dos 18 no Forte de Copacabana em 1922, no estado de São Paulo, dois anos depois sucedeu a Revolução Paulista em 1924, e nesse mesmo ano no dia 23 de julho é promovida a Comuna de Manaus, terceira revolta tenentista.
Liderada por tenentes e militares de baixa patente do exército, os fins de desenvolver a Comuna de Manaus eram os mesmos das outras duas revoltas: voto secreto, reformas no ensino público, poder político ao exército e destituição do presidente da república. Todavia, existiu um diferencial nesta terceira revolta tenentista: a queda no preço da borracha. Nesse período a borracha era o produto que movimentava a economia do estado do Amazonas, a queda no valor dessa matéria prima teve início com o fim da Primeira Guerra Mundial. E a redução da exportação de borracha teve impacto direto na vida dos amazonenses; desemprego e miséria eram os agravantes dessa crise de produção.
Se não bastasse a desvalorização da borracha pelo motivo da crise mundial, em virtude do fim da guerra, o presidente de estado César do Rego Monteiro disponibilizava empréstimos a juros altos e aumentou os impostos. As ações praticadas por Monteiro foram a mando do governo federal.
Diante dessa situação, surge na capital do estado do Amazonas a Comuna de Manaus, liderada pelo tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior. A primeira atitude do tenente foi tomar a sede do governo, o Palácio Rio Negro. O governador César do Rego Monteiro estava na Europa, e seu sucessor Turiano Meira que estava no palácio, fugiu. A revolta que iniciou na capital ganhou adesão em regiões do interior do estado.
Ribeiro Júnior consegue isolar a cidade bloqueando as estações de Telégrafos e Telefônicas. A revolta se estendeu por municípios do estado do Pará, Alenquer, Santarém e Óbidos. Nesse último município os tenentistas conseguem tomar o forte. A revolta segue para o estado do Maranhão, onde também tem apoio popular. O líder Ribeiro Júnior apreende propriedades de empresas e fundos bancários de integrantes de oligarquias, assim o comandante da revolução se tornou um herói para a população do norte do Brasil.
Durante os dias 23 de julho até 28 de agosto de 1924, a Comuna de Manaus conseguiu realizar grandes atos para o cumprimento de suas reivindicações políticas e protesto contra ações econômicas abusivas. Porém apesar dos feitos, a Comuna de Manaus foi reprimida por forças federais. Diferentemente da Revolta Paulista ocorrida a poucos meses atrás onde muitos militares foram mortos e feridos, na Comuna de Manaus os militares se renderam e receberam penas brandas de prisão. O principal motivo para essa conduta do governo em julgar os rebeldes, foi virtude que a população apoiava a revolta, podendo se unir e gerar novas revoltas futuras.
Referências bibliográficas:
História Net. A Comuna de Manaus. Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=919>. Acesso em: 10 jul. 2017.
LISANTI, Luís. O Movimento Revolucionário de 1924 a 1927: Um apelo à Revolta e um Testemunho, in Anais de História. ASSIS, 4:75-100, 1972.
Manaus de antigamente. Revolução Tenentista. Disponível em: <http://manausdeantigamente.blogspot.com.br/2013/05/revolucao-tenentista.html>. Acesso em: 10 jul. 2017.