A região geopolítica do cáucaso, além de constituir uma fronteira geográfica entre Ásia e Europa, é também lar de vários povos e entidades políticas diferentes. Não bastasse isso, duas grandes religiões monoteístas, o islã e o cristianismo brigam por espaço na região, além de duas grandes forças predominantes na área, a Rússia e a Turquia.
Politicamente, a área reconhecida como cáucaso está dividida politicamente nas seguintes entidades:
No norte:
- Federação Russa
- Chechênia
- Inguchétia
- Daguestão
- Adiguésia
- Cabárdia-Balcária
- Carachai-Circássia
- Ossétia do Norte
- Krai de Krasnodar
- Krai de Stavropol
No sul:
- Abecásia
- Armênia
- Azerbaijão
- Geórgia
- Nagorno-Karabakh
- Ossétia do Sul
- Irã
- Turquia
São inúmeros os conflitos atualmente se desenvolvendo em boa parte destas áreas descritas. Na região norte do cáucaso, toda pertencente à Federação Russa, é notória a questão da Chechênia, que se desenrola desde 1994, ano do início da Primeira Guerra Chechena, passando pela fundação da não-reconhecida República Chechena da Ichkeria, existente entre a primeira e a Segunda Guerra Chechena, iniciada em 1999. Os separatistas chechenos, desejosos de fundar um estado teocrático islâmico nesta república russa. Várias organizações clandestinas ainda continuam a lutar, através principalmente de atos terroristas de impacto na opinião pública mundial, mas o governo russo vem cada vez mais reprimindo toda e qualquer manifestação.
A república russa da Inguchétia, vizinha à da Chechênia, e também de população predominantemente islâmica, acabou atraída pelos conflitos em sua fronteira. No fim da década de 90 e no fim dos anos 2000, vários distúrbios civis ocorreram, necessitando da intervenção russa também nesta área.
Outra república russa vizinha, o Daguestão, que faz fronteira com a Chechênia e também de maioria islâmica desenvolveu um movimento de guerrilha desde o início da década de 00, que vem resistindo sistematicamente à repressão russa que occorre com o mesmo rigor do que nas outras repúblicas.
Além das fronteiras russas, os conflitos continuam, como por exemplo na Abecásia, república que vem desafiando o governo central da Geórgia. Historicamente ligada a esta país, a Abecásia tem um movimento ativo de independência quase que desde a fundação da Geórgia, com o desmantelamento da URSS. A independência desta província georgiana é reconhecida pela Rússia, o que ajuda a "azedar" as relações com seu viznho de fronteira. Por outro lado, a Geórgia tem retalhado, reconhecendo frequentemente a autonomia de Chechênia, Daguestão e Inguchétia.
Outras duas nações independentes da região, Armênia, de maioria cristã, e Azerbaijão, nação muçulmana, estão em conflito constante desde as respectivas autonomias com o fim da URSS. A principal disputa gira em torno de Nagorno-Karabakh, uma república independente de facto do Azerbaijão, cuja população é de maioria armênia. Tanto Nagorno-Karabakh como a Armênia dividem a mesma moeda, além de outros aspectos de sua administração.
Além da Abecásia, a Geórgia enfrenta problemas com outra república separatista, a Ossétia do Sul, também reconhecida pela Rússia, e que torna tensas as relações entre os dois países. Ali vivem russos, ossétios e georgianos, sendo que mais de dois terços dos habitantes da região são de ossétios, ligados culturalmente à Ossétia do Norte, que pertence à Rússia. Isso torna a região bastante diferente no aspecto cultural do resto da Geórgia, precipitando um movimento independentista que até já realizou eleições em 2009, não reconhecidas pela União Europeia. Com a situação de instabilidade econômica, social e política que vive a Geórgia, provavelmente esta ainda conviverá algum tempo com a fragmentação de seu território.
Bibliografia:
Conflict in the Caucasus - A background briefing (em inglês). Disponível em <http://www.womenaid.org/press/info/aid/conflict.html>. Acesso em: 11 out. 2011
Caucasus conflict voices (em inglês). Disponível em <http://globalvoicesonline.