Para a manutenção da ordem política na Primeira República, o coronelismo, através dos grandes proprietários de terra, que comandavam as decisões e exerciam grande poder sobre a população pobre das regiões rurais do Brasil. Os coronéis como ficaram conhecidos na história, eram os proprietários de terras, oligarcas donos de todo o poder econômico e político nesses primeiros momentos de República brasileira.
As eleições eram manipuladas e orquestradas pelo poder desses proprietários. Fosse através do uso da força ou da manipulação de interesses pessoais, ou mesmo se aproveitando do analfabetismo da população, essas elites usavam de seus poderes para garantir os resultados eleitorais de forma a se beneficiarem e manterem a ordem conforme melhor lhes atendia.
O voto por cabresto, uma das formas mais comuns de controle das eleições, era feita em espaços de controle desses coronéis. As regiões rurais formavam verdadeiros currais, onde tal como o gado, os eleitores eram dirigidos pelo interesse escuso das elites.
Portanto curral eleitoral foi o termo que historiadores que se debruçaram em estudos sobre esse momento da Primeira República, batizaram os locais, em sua maioria regiões rurais, comandadas por Coronéis que se utilizavam do voto por cabresto para garantir a manutenção de seus interesses dentro da lógica de um acordo maior, que era a Política dos Governadores e em âmbito nacional a Política do Café com Leite.
A definição de currais eleitorais está ligada a uma leitura histórica do momento da Primeira República, mas diferente da Política Café com Leite, por exemplo, que sabemos que teve um fim em 1930, os currais eleitorais em seu entendimento mais amplo como espaços de controle de decisões políticas feita pelos poderosos, não se pode considerar como findada.
Mesmo com a urbanização e a migração da população rural para as cidades, os espaços periféricos permanecem sendo controlados por interesses dos poderosos. As decisões políticas muitas vezes ainda passam pela venda de votos, fraudes eleitorais e controle violento (ou não) das decisões políticas pelas elites locais.
Referências bibliográficas:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 1995.
LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
ARAÚJO, Bernardo Goytacazes. A Instabilidade Política na Primeira República Brasileira. Juiz de Fora: Ibérica. 2009.