Economia Brasileira entre 2001 e 2011

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A análise da economia brasileira no período que se estende de 2001 a 2011 aborda o panorama econômico do país logo no final do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, os dois governos exercidos por Luís Inácio Lula da Silva e o início do governo da presidente Dilma Rousseff.

A ascensão de Fernando Henrique ao Palácio do Planalto é fruto de sua conquista de quando ainda ocupava o cargo de Ministro da Fazenda na presidência de Itamar Franco. Sua estratégia de combate à hiperinflação brasileira que já se arrastava há 14 anos (1980-1994) foi bem sucedida com o Plano Real, obra de sua equipe econômica, que envolvia um saneamento das contas públicas, como por exemplo através do Fundo Social de Emergência, e a desvinculação da memória inflacionária, com a implementação da URV (Unidade Real de Valor) que posteriormente se transformaria na moeda forte, o Real. O sucesso do Plano Real garantiria ao presidente Fernando Henrique, direta ou indiretamente, seus dois mandatos como presidente (1995 a 1999 e 1999 a 2003). Apesar de tal conquista não fazer parte deste período em particular, ela certamente delineou muito da política dos presidentes da última década.

O segundo governo de Fernando Henrique é marcado pelo desgaste da estratégia neoliberal, base política e econômica de direita que norteou seus dois mandatos, além de uma crescente perda de popularidade. Com tal orientação, o presidente buscava desmobilizar o aparato governamental instalado desde a Era Vargas que guiava o comportamento da Administração, seus gastos e investimentos. É exatamente em 2001 que se torna flagrante o desmoronamento da coalizão neoliberal que dava base ao governo.

É em tal ambiente que Lula irá assumir, sendo seu primeiro ano de governo (2003) marcado pela dúvida entre continuidade e mudança. Com relação à política macroeconômica, prevalece a continuidade, e a obrigação de manter a estabilidade conquistada com o Plano Real. Esta dúvida traz ainda o dilema da necessidade de como cumprir os compromissos externos do país, e por conseguinte, adaptar-se às circunstâncias mundiais, evitando abdicar das mudanças internas indispensáveis para corresponder às exigências das urnas.

É no governo Lula que teremos ainda a revitalização do Mercosul, e iniciativas positivas no âmbito da política externa, procurando contrabalançar a influência norte-americana, buscando outras regiões para estabelecer cooperação política e econômica, responsável por um aumento dos investimentos externos no país, o que causou o fortalecimento da moeda e uma baixa no nível de desemprego.

Assim, os dois governos de Lula foram marcados por uma mudança na orientação político-econômica, abandonando por completo o neoliberalismo, mas por outro lado mantendo importantes mudanças na estrutura econômica da era do ex-presidente. No plano externo, sua política de busca de acordos comerciais com outras regiões do planeta trouxe um incremento nos investimentos externos.

O último ano da década é o ano de posse da presidenta Dilma Rousseff, que conta apenas com alguns meses de governo. Tudo indica que dará continuidade a muito do que foram as duas administrações de Lula, tendo o potencial de realizar reformas importantíssimas para o país, como a Reforma Tributária e a Reforma Fiscal, pelo fato de possuir uma ampla maioria no Congresso Nacional, o que lhe dá a oportunidade de operar tranquilamente as mudanças.

Bibliografia:
DINIZ, Eli. Democracia e Desenvolvimento: a relevância da dimensão político-institucional . Disponível em http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/elidiniz_democracia_e_desenvolvimento.pdf . Acesso em 07/06/2011.

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