A educação romana é um tema importante de se destacar. Foram eles os primeiros a promover um sistema de ensino oficial, a partir de um organismo centralizado e sob responsabilidade do Estado. Isto não significa, porém, que o acesso à educação se dava igualmente a todas as crianças em idade escolar. Pelo contrário. O sistema de educação romano era um sistema de privilégios em que poucos tinham acesso à escola.
Assim, a educação era variável, tanto conforme as classes sociais, como conforme aos gêneros. Os plebeus pouco tinham acesso à educação formal e por isso cresciam sem instrução, não aprendendo a ler nem a escrever. Em contrapartida os filhos das camadas mais altas da sociedade tinham amplo acesso à escola e a uma formação complexa. Já as filhas dos homens e mulheres abastados também frequentavam a escola, porém tinham direito a um conhecimento mais restrito. Em seu currículo escolar aprendiam lições básicas de cálculo, de leitura e de escrita e frequentavam a escola somente até os doze ou treze anos de idade, quando eram dispensadas e liberadas para os casamentos. Já os meninos conseguiam continuar os estudos até mais tarde e seus conhecimentos eram mais complexos. Estudavam gramática, literatura, religião, história, geografia, astronomia, matemática, retórica e noções de agricultura.
A educação romana era também dividida em níveis, iniciando no ensino primário e chegando ao ensino superior. Os mais pobres, quando instruídos, concluíam usualmente apenas o ensino primário, que instrumentalizava os jovens para a escrita e cálculos básicos.
Já os jovens abastados tinham amplo acesso à educação. No ensino primário, assim como os mais humildes, aprendiam o básico do latim e das operações matemáticas. Já o ensino médio e o ensino superior eram voltados para o domínio da composição literária, com destaques para a gramática do latim, a poesia e a literatura de forma geral. Especificamente o ensino superior privilegiava a formação para uma boa oratória, a partir de matérias que instrumentalizavam os alunos para eloquência e para atuação em tribunais. Isso se dava porque os homens das classes mais altas eram destinados à vida pública, a partir da atuação tanto no direito como na política. Por isso, precisavam defender ideias de forma consistente e clara. Outro traço importante da educação recebida era a formação para a arte militar, destinada ao comando de tropas. Assim, eram formados para atuarem diretamente na vida pública. Marcas dessa educação, voltada tanto para a oratória como para as atividades militares, podem ser observadas na formação de imperadores romanos, como Júlio César e Marco Aurélio.
Para frequentar a escola os alunos precisavam portar uma maleta carregada com seus materiais escolares. Dentre eles estavam o tinteiro e as penas e para escrita, os cadernos de madeira para exercícios. Os livros consultados permaneciam na escola e eram consultados durante as aulas.
Como é possível notar a educação romana foi responsável pela primeira sistematização do ensino. Uma das principais inovações foi a construção de um sistema de ensino que ficasse sob a responsabilidade do Estado. mas também apresentava uma significativa segregação social. A escola era um lugar para aprender desde os conteúdos mais básicos para a vida cotidiana, no ensino primário que chegava tanto aos meninos pobre e ricos como às meninas rica, aos conteúdos mais elaborados cuja formação indicava a participação ativa na vida pública romana, destinada apenas aos jovens mais abastados da sociedade.
Referência:
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.