Durante o século XVIII, o continente europeu passou por um processo de grande disseminação de ideias que foi chamado, por alguns historiadores, de Era das Letras. Naquela época, concentrada em países como Inglaterra, França e Estados alemães, a atividade intelectual começa a dar valor a algo chamado “luz da razão”, que seria o caminho a ser seguido para se chegar perto da verdade. Tal movimento foi nomeado como Iluminismo e contava com estudiosos nas seguintes áreas: filosófica, científica e literária. Desta forma, o século XVIII tornou-se o chamado “Século das Luzes”.
Uma das principais características deste período era a discussão entre os intelectuais e os diferentes pontos de vista que apresentavam sobre variados temas. Apesar disso, em alguns aspectos, havia uma concordância generalizada. Entre as características do Iluminismo, estavam: estimular o conhecimento através da divulgação de ideias em literatura mais acessível e impulsionar o desenvolvimento dos meios de comunicação daquela época. Palco de grandes discussões intelectuais, os panfletos, livros, revistas, folhetins, jornais e outras publicações começam a publicar assuntos polêmicos. Com isso, tinham o objetivo de modificar a realidade através dos pensamentos.
Séculos antes havia ocorrido a Revolução Científica, quando a Ciência desatrelou-se da Filosofia e tornou-se um conhecimento mais prático e estruturado, e as obras de cunho político de Locke, Hobbes e Maquiavel já tinham sido escritas. Na Era das Letras, com o Movimento Iluminista, houve secularização do pensamento, do movimento científico e das ideias destes intelectuais.
Desta forma, com o conhecimento adquirido através da razão, sendo ela a maior autoridade, as crenças e práticas derivadas da religião, que eram tidas pelos iluministas como superstições, começam a sofrer uma série de críticas. Porém, não se pode dizer que o materialismo e o ateísmo eram as principais bases do pensamento dos iluministas. Para estes pensadores, o cristianismo reduzia-se a uma crença nos ensinamentos de Cristo. Entretanto, por causa de algumas ideias iluministas sobre a religião, diversos intelectuais acabaram sendo perseguidos.
Um deles foi Voltaire, filósofo, deísta, escritor e ensaístas de origem francesa que foi autor de comédias e sátiras ao clero. O pensador foi preso diversas vezes e teve suas obras apreendidas no Antigo Regime. Entre seus livros proibidos naquela época, destacam-se Dicionário Filosófico e Cartas Inglesas. Outro intelectual controverso do Iluminismo foi Jean-Jacques Rousseau, que estabeleceu o conceito de “vontade geral”, regra que funcionaria como um princípio primeiro da economia e do governo.
Entre outras ideias que ganharam força com o Iluminismo, estão: separação entre Estado e Igreja (influência de John Locke), estabelecimento de leis justas e a separação entre os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo (Barão de Montesquieu na obra Do Espírito das Leis).
Fontes:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=156915
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADfica
http://pt.scribd.com/doc/32200585/Trabalhos-apresentados-na-7a-semana-pedagogica-da-fafipar-paranagua
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/era-das-letras/