Escravidão é a prática em que um ser humano assume a posse do outro e o torna uma mercadoria de venda ou troca, fazendo dele um produto ou uma máquina. Essa prática sempre existiu em diversas sociedades até às mais antigas, mais do que se possa imaginar.
Muitos indígenas que viviam no Brasil antes da chegada do homem branco eram canibais e acreditavam que ao comerem seus inimigos se apropriariam de suas habilidades tais como a força e a inteligência. Os que não realizavam essa prática, como são o caso dos Guaianás e Tapuias, faziam de seus inimigos prisioneiros e os escravizavam. A tribo dos Cadiuéus além de escravizar seus adversários, fazia com que os índios Terenas pagassem uma espécie de imposto a eles.
Com a chegada dos portugueses no Brasil, a escravidão indígena teve outro rumo. Apesar dos Jesuítas tentarem amenizar essa prática, ela foi altamente violada pela falta de mão-de-obra e com as expedições dentro do território. Os Bandeirantes se aproveitaram da rivalidade entre as tribos e aldeias Jesuítas para dominarem e escravizarem os nativos.
Durante o período da colonização, estima-se que a população indígena era de aproximadamente 4,5 milhões. Foram classificados como “mansos” os que aceitaram viver em aldeias Jesuítas e que ajudavam os colonos a defender o território de invasores (europeus e outros indígenas), na construção de armas bem como no ensino de estratégias de batalhas e sobrevivência na mata. Os “bravos” eram os que não se submetiam a nenhuma doutrinação ou escravidão.
Os portugueses se aproveitaram da pacificação, cristianização e desavenças tribais que havia no território brasileiro e fizeram alianças com as tribos, para que capturassem uns aos outros e os transformassem em escravos. Os Tupis e os tupiniquins foram grandes aliados dos colonos, ficando contra os tupinambás e os Tamoios, pois eles favoreciam a invasão dos franceses no país. Ficaram também contra os Guaranis quando eles se aliaram aos espanhóis.
Durante algum tempo, os Jesuítas queriam impedir a escravidão dos índios “bravos” que favoreciam os franceses ou os espanhóis. Os Padres entraram em discussão direta com os colonizadores. Antônio Vieira, um Padre muito influente na época descreveu que por volta de 1650 milhares de índios foram retirados das selvas para irem para vilas coloniais por meio dos Jesuítas. Segundo ele era melhor “convencer” do que “forçar”.
Os portugueses decidiram dar menos credibilidade à palavra dos Jesuítas e em 1566 foi autorizada por Mem de Sá a lei que regulamentava a escravidão indígena por via voluntária. Entretanto o índio só poderia se submeter como escravo em caso de extrema penúria. No geral, os índios que se negavam a se aliar aos colonos, eram vistos como estando contra a fé católica, impedindo que a palavra de Deus fosse expandida. Nesse sentido, quem não aceitasse a cristianização (viver em aldeia Jesuíta) ou a escravidão, era morto.
Os habitantes da capitania de São Vicente, mais precisamente na localidade de São Paulo, exterminaram a população indígena no século XVI. Quando não era por trabalho exaustivo, era por guerra de dominação. Outro fato que ocasionou a escravidão de vários índios nesta região foram as expedições dos Bandeirantes, que com apoio de alguns nativos capturaram outros índios que viviam na região Sul. Estes haviam apoiado os espanhóis e estima-se que foram escravizados em média 50 mil. O estado do Maranhão e a Capitania do Grão-Pará e Pernambuco, também foram campeões nesse tipo de escravatura que se alastrou por muito tempo na produção de cana-de-açúcar.
Em diversos casos, temos no imaginário que os índios não aceitaram a escravidão porque eram "preguiçosos" e não estavam acostumados a trabalhar. Mas na verdade, eles foram muito resistentes à colonização, mesmo não tendo tantos anticorpos para resistir às doenças trazidas da Europa quanto os negros, trazidos da África.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o 22.01.2019.
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil 22.01.2019.