Esparta

Por Pedro Eurico Rodrigues

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

Categorias: Grécia Antiga
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Algumas expressões que conhecemos até hoje vem da sociedade espartana, por exemplo: usa-se o espartano para caracterizar uma pessoa rígida e disciplinada. Lacônico é uma forma de descrever alguém que fala pouco. A sociedade espartana foi desenvolvida com base na disciplina militar e na rigidez, por isso estas expressões estão até hoje presentes no nosso cotidiano.

Esparta foi uma cidade localizada na região da Lacônia, no sudeste do Peloponeso. A região era bastante fértil e possibilitava o cultivo de cereais que sustentavam a população. Além disso, havia muitas terras boas para pastagem e domesticação de animais. Entretanto, sua geografia não permitia grandes navegações e por isso Esparta não se destacou no comércio, ao contrário de Atenas que tinham solo pouco fértil mas destacou-se pelas relações comerciais a partir do Porto de Pireus.

Os dórios invadiram a região e fundaram Esparta por volta do século IX a.C. e transformaram a população local em hilotas, ou seja, em servos. Os espartanos tornaram-se grandes proprietários de terras. Cada espartano adulto tinha direito a um lote de terra onde trabalhavam grupos de hilotas, que deveriam devolver boa parte do cultivo aos proprietários. Mesmo que a relação entre hilotas e espartanos seja de dominação, eles não eram considerados escravos. Prova disso são as várias revoltas e rebeliões de hilotas, que comprovam que a sociedade espartana vivia em meio a conflitos sociais.

Esparta era dividida entre os hilotas e os espartanos. Enquanto a função dos primeiros era o trabalho, os espartanos pertenciam ao grupo dos iguais e não podiam exercer o trabalho, ficando responsáveis pelas questões que envolviam a cidade, ou seja, dedicavam-se à coisa pública.

O contexto conflituoso com os hilotas fez Esparta conquistar poder. Eles chegaram a dominar uma região considerável do Peloponeso no final do século VII a.C. e submeteram os antigos habitantes às suas regras. Entretanto, era difícil manter os territórios sob domínio espartano e decidiram enfim abrir mão de vários territórios e fechar Esparta a influências do mundo exterior. A partir disso a rigidez e a disciplina tornarem-se os pilares da sociedade.

Eles detinham todo o poder da cidade e eram comandados por figuras que compunham um conselho chamado de Gerúsia, formado por reis e anciãos, ou seja, nobres acima de sessenta anos de idade e que ocupavam o cargo de forma vitalícia. Cabe aqui destacar que poucos espartanos conseguiam atingir esta idade: os índices de mortalidade eram altos e a expectativa de vida muito menor que nos dias atuais.

No território grego as guerras eram comuns e aconteciam periodicamente. Em Esparta o treinamento militar foi o que formou a base da sociedade. Assim, os homens de Esparta eram treinados para serem guerreiros e eram chamados de esparciatas. Para formar esses homens houve um grande investimento em educação, desde a infância. Os mais jovens deveriam obedecer aos mais velhos e a partir dos sete anos de idade eram separados das mães e passavam a viver em conjunto, sob treinamento militar. Os recém-nascidos eram apresentados aos anciãos. Caso aparentasse ser forte, deveria ser criado. Caso contrário, deveria ser jogado de um abismo.

Esparta entrou em conflito com Atenas em 431 a.C que ficou conhecido como Guerra do Peloponeso e foi narrado por Tucídedes. Foi uma das grandes disputas por poder da Antiguidade e a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, saiu vitoriosa.

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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