A Guerra contra Oribe e Rosas ou também conhecida como Guerra do Prata aconteceu entre 1851 e 1852 na região do rio do Prata, um estuário criado pelos rios Paraná e Uruguai. O Brasil já havia lutado anteriormente na Guerra da Cisplatina (1825-1828) contra as Províncias Unidas do Rio da Prata que resultou na criação do Uruguai.
O primeiro personagem dessa guerra que inclusive dá nome a Guerra, é Juan Manuel de Rosas que foi eleito o governador de Buenos Aires, uma das províncias mais ricas e populosas e ainda contava com um importante porto na época. Seu governo era o de um perfeito ditador, caracterizado pela corrupção e resultando em uma emigração em massa de 14 mil opositores. Os planos de Rosas eram audaciosos, ele queria recriar o antigo Vice-Reinado do Prata, que abrangia territórios do Uruguai, Paraguai e Bolívia e garantir assim que a Argentina se tornasse a principal potência da América do Sul.
Quanto ao Paraguai, Rosas logo resolveu este problema. Este país declarou sua independência em 1811, mas nenhum outro o reconheceu. O ditador paraguaio José Gaspar Rodríguez de Francia isolou o país, evitando contatos com o exterior e possíveis ações diplomáticas. Quando este morreu, Carlos Antonio López o sucedeu e abriu as suas portas para a Argentina assinando dois tratados, porém como o ditador Rosas não estava para brincadeira se recusou de reconhecer o Paraguai como independente e criou barreiras para o comércio deste país.
O Uruguai antiga província Cisplatina, também enfrentava problemas, mas nas eleições para o seu primeiro presidente. De um lado o candidato Fructuoso Rivera, do partido Colorado e do outro o responsável pela independência da Cisplatina, Juan Antonio Lavalleja, do partido Blanco. Rivera num ato de desespero tentou tomar o poder a força, o que durou dois anos (1830-1832) e finalmente conseguiu a presidência que tanto desejava.
Depois de cumprir seu mandato até 1835, Manuel Oribe também do partido Blanco assumiu o poder por alguns anos, já que renunciou em 1839 deixando o posto livre novamente para Rivera.
O ditador argentino enviou um exército liderado por Lavalleja que não teve êxito. Rosas então enviou outro exército com a ajuda de argentinos e de uruguaios liderados por Oribe. Desta vez Rivera não teve tanta sorte e procurou exílio no Brasil, enquanto mais de trinta mil pessoas eram mortas.
Mesmo com o Uruguai em suas mãos, Rosas queria mais e passou a atacar o Sul do Brasil. O Brasil, cujo imperador era Dom Pedro II, então teve que tomar as suas medidas. Mandou uma parte do seu exército para o Sul e tinha como plano financiar os oponentes. A aliança começou a ser formada, Dom Pedro contava com o apoio da Bolívia, Paraguai (sendo que o Brasil enfim reconheceu a sua independência), Uruguai (opositores internos) e com as duas províncias argentinas: Entre Rios e Corrientes.
O exército brasileiro se armou para o confronto, uma parte ficou na fronteira para protegê-la e outra foi para o Uruguai tirar Oribe do poder. No dia 19 de outubro de 1851, diante do tamanho do exército que vinha ao seu encontro, Oribe se rende sem luta.
Então as forças armadas seguem rumo a Argentina para tirar Rosas do poder. Chegam próximo de Buenos Aires no dia 1º de fevereiro de 1852 e derrotam a primeira força rosista que encontram. Dois dias depois, houve uma nova batalha chamada de Batalha de Monte Caseros, sendo que desta vez o exército argentino era liderado pessoalmente por Rosas. Os aliados ganharam a disputa e Rosas fugiu para o Reino Unido, sem que ninguém soubesse.
A Guerra Contra Oribe e Rosas foi importante para o Brasil, já que na época enfrentava-se a vontade do Rio Grande do Sul de se separar do país, mas com este estado participando ativamente, fez com que se integrasse de vez ao Brasil. Além disso, provou a hegemonia do país e a sua estabilidade política e econômica.