O início da imigração polonesa no Brasil é datada do século XVII, quando a Companhia das Índias Ocidentais foi fundada pelos holandeses objetivando manter uma colônia no litoral do país. Os poloneses entraram no território português em auxílio aos holandeses para lutarem contra portugueses e espanhóis.
Entretanto o maior fluxo ocorreu no século XIX, momento no qual o Estado brasileiro estimulava a vinda de cidadãos europeus no país, com a intenção de substituir a mão de obra escrava – gradativamente abolida ao longo desse período – e o ideal de embranquecimento da população. Soma-se a isso os projetos do Estado Brasileiro a partir de 1870 que visavam densificar a ocupação em algumas áreas de fronteira, destacadamente a porção meridional do país - próxima a bacia do Prata - estimulando a vinda de europeus para ocuparem a região, consolidando assim o território nacional.
Os poloneses que imigravam para o Brasil, em um âmbito geral, buscavam melhores condições de vida no novo continente, visto que o seu território de origem experimentava um processo de perda de independência e, dessa forma, espalhava-se entre as pessoas um sentimento de risco à segurança individual e coletiva, algo que se consolidou com a ocupação realizada pelas potencias europeias no período. Além disso, deve-se frisar que a crise econômica instalada no meio rural polonês – em um contexto de atividade industrial muito pueril que não conseguiria absorver o campesinato – serviu como mola propulsora para intensificar a onda migratória, na busca por terras em território brasileiro.
A migração polonesa para o Brasil nesse momento acompanhava a chegada de alemães no país e, esses dois grupos, territorializaram áreas nos atuais estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, seguindo a lógica de colonização de áreas com baixa densidade demográfica. Nesse mesmo período, muitos poloneses desembarcaram no Rio de Janeiro e em São Paulo para o trabalho nas lavouras cafeeiras. Entre 1890 e 1891 ocorre a denominada “febre brasileira”, período no qual intensificou-se a vinda de polacos para o Brasil, com estimativas de 80 mil cidadãos que migraram para Curitiba e São Bento.
A partir de 1905 observa-se um novo perfil de imigrantes poloneses no Brasil: os intelectuais, em geral jovens que participaram do movimento revolucionário na Polônia e que, sendo assim, começaram a ser perseguidos pelos governantes poloneses e, dessa forma, a migração adquiria um significado político ainda maior, além do econômico que existia desde os primeiros fluxos rumo ao Brasil. A eclosão da Primeira Grande Guerra enfraqueceu essa onda migratória.
Pós Grande Guerra, o fluxo de migrantes poloneses no Brasil voltava a crescer, sendo composto agora de uma significativa parcela de indivíduos judeus, que saíam de sua terra natal objetivando fugir do antissemitismo, intensificado a partir de 1919, sobretudo a partir da ascensão de governos fascistas em territórios europeus. A partir de 1930, o governo brasileiro iniciou uma política de cotas para a recepção de migrantes no país, estabelecendo que o volume de imigrantes não poderia superar 2% do contingente de estrangeiros que haviam fixado residência no Brasil nos últimos cinquenta anos.
A eclosão da Segunda Guerra Mundial levou os poloneses instalados no Brasil a participarem do Comitê de Ajuda às Vítimas da Guerra na Polônia. No pós-guerra, migraram para o Brasil sobreviventes dos frontes de guerra e dos campos de concentração, que tentavam reconstruir suas vidas em território brasileiro, ampliando assim o volume de colonos polacos em solo brasileiro.
Referências bibliográficas:
http://polonesesnobrasil.com.br/
DIEGUES JÚNIOR, Manuel. Etnias e Culturas no Brasil. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército Editora, 1980