O termo independência da Índia costuma dizer respeito ao processo que levou à autonomia da nação indiana perante sua metrópole colonial, a Inglaterra.
A história da Índia como Estado-nação se iniciou ainda no século III a.C., quando o Reino de Mágada anexou Estados vizinhos para se tornar o Império Máuria. Neste período seria criada a famosa Rota da Seda, rede de rotas comerciais que ligaria a Ásia à Europa por várias centenas de anos. Mais tarde, a região perderia sua unidade, passando a ser dominada por vários pequenos reis que foram incapazes de resistir às investidas de clãs nômades muçulmanos ao norte. Mais tarde, já na Era Moderna, novos invasores dominaram a região, criando o Império Mogol. Seria ele que lideraria a expansão econômica indiana ocorrida no período, ainda regendo a região quando a chegada do navegador Vasco da Gama em 1498 aprofundou as relações com a Europa.
Com as conquistas posteriores dos portugueses, parte da Índia se tornaria parte do Império Português até que a forte decadência da metrópole ao fins do século XIX abriu caminho para a significativa influência política e comercial da Companhia Britânica das Índias Orientais. A partir daí, a Índia se tornou na prática uma colônia inglesa, sendo implementadas pela Companhia medidas interventoras em relação à soberania indiana e a vigilância dos habitantes. A insatisfação local rapidamente cresceria, gerando a chamada Revolta dos Sipais, ocorrida em 1857. Apesar de a rebelião ter sido reprimida com relativa facilidade, ela causaria a dissolução da Companhia e o início do governo direto pela metrópole.
O novo regime dirigido pela metrópole se apoiaria na aristocracia local como meio de proteção contra novas agitações, provendo no devido tempo uma retomada da vida politica indiana. Isso veio acompanhado por um processo de comercialização da agricultura, o que gerou dependência dos pequenos produtores em relação ao mercado. Graves crises agrícolas e econômicas ocorreriam ainda antes da Primeira Guerra Mundial, onde milhares de soldados indianos participariam ao lado das forças britânicas. Após o fim do conflito, a Inglaterra iniciou uma série de reformas na Índia, incluindo uma na área legislativa, mas elas não conseguiram impedir as reivindicações indianas por maior liberdade e independência política.
Após a Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo indiano ganhou uma nova onda impulsora com a liderança pacífica (conhecida na Índia com o termo satyagraha) de Mahatma Gandhi. Seguido por milhões de indianos, que o seguiram em importantes manifestações como a Marcha do Sal, Gandhi estudou Direito na Inglaterra antes de se tornar um ativista político. Tendo sido preso várias vezes, Gandhi utilizou-se da não violência e do jejum como armas de pressão para ajudar a negociar a independência da Índia juntamente com Jawaharlal Nehru, importante figura na política indiana.
Em meio a confrontos com a parcela muçulmana da população, a Índia conseguiu definitivamente sua autonomia em relação à Inglaterra em 15 de agosto de 1947. Jawaharlal Nehru seria o primeiro-ministro inicial do país, e Mahatma Gandhi prosseguiu em seu trabalho para reconciliar as religiosidades do país. Quando a separação do Paquistão do restante da Índia foi oficializada, ele continuaria seu trabalho nas regiões ainda em conflito, mas seria assassinado em breve por um fanático hindu.
Hoje, a Índia é uma das maiores economias do mundo, sendo uma força política ascendente nas últimas décadas, contando atualmente com mais de um bilhão de habitantes em seu território.
Leia também:
Bibliografia
https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2015/01/07/historia-da-india/
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/acervo/india-independencia-hora-marcada-435359.phtml
https://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/gandhi-a-independencia-da-india-em-47-9900213
https://ocaisdamemoria.com/2018/08/15/independencia-da-india/
http://memorialdademocracia.com.br/card/india-proclama-sua-independencia